domingo, 16 de janeiro de 2011

TAXIDERMIA

(TAXIDERMIA)
Hungria / Áustria / França - 2006
Dir.: György Pálfi


Bizarrice.
Três gerações de uma família húngara, representadas em diferentes fases da história da Hungria.
Na primeira, Morosgoványi é um soldado prisioneiro, tratado de forma cruel e humilhante por um tenente. O prisioneiro tem fixação sexual na gordíssima mulher e nas filhas de seu captor, e passa o tempo se masturbando. Em seus sonhos, ele se imagina transando com a mulher do tenente, mas o que se vê são os restos de um porco que fora retalhado pouco antes.
Aqui o maior foco é no sexo, e esta parte termina com o nascimento do filho do militar, que tem um... rabo de porco, que é cortado a sangue frio pelo pai.
O menino do rabo cresce, se torna um jovem gordo que pratica um bizarro esporte: a comida esportiva, aonde o objetivo é comer o máximo em curto espaço de tempo, e provavelmente é uma referência aos tempos de racionamento imposto pelo comunismo. Aqui o foco muda obviamente para a comida, e impressionam as nojentas cenas de vômito, pois faz parte do esporte "devolver" o que foi comido. Balatony, o esportista, é apaixonado por Gizi, praticante feminina da modalidade, e da união nasce Lajoska, protagonista da parte final, que seria mais centrada na morte.
Lajoska é magérrimo, taxidermista, e sustenta o pai, um obeso mórbido gigantesco que foi abandonado pela mulher, vive do passado e passa o tempo sentado tomado conta de 3 enormes gatos que participam de competições de comida destinadas à animais.
Aqui fica claro que o Balatony gordo é uma representação do antigo estado comunista (pesado, ineficiente, inútil) que depende do trabalho alheio para se manter. Ele come a comida inclusive com as embalagens, pois "o organismo encontra um destino para tudo".
Sua morte é bizarra e o destino de seu corpo é tão insólito quanto o destino de seu filho, a quem despreza.
Não dá pra descrever muito essa mistura de humor negro e terror, com cenas de gore e escatologia. Foi muito elogiada em festivais e tem na sua trilha sonora o DJ Amon Tobin, que nasceu no Rio de Janeiro.
Altamente recomendado.

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