sábado, 6 de julho de 2013

CARTAS DE UM HOMEM MORTO

(PISMA MYORTVOGO CHELOVEKA)
URSS - 1986
Dir.: Konstantin Lopushanskyi


Pós apocalíptico filme soviético, aonde os sobreviventes se refugiam da radiação em bunkers, esperando por um futuro que certamente nunca chegará.
O personagem principal é o diretor de um museu, que vive num dos bunkers e se incube de cuidar de algumas crianças, cuja entrada foi proibida em uma área guardada pelo governo. O título faz referência as cartas que ele escreve para o filho, provavelmente morto durante os ataques nucleares (o filme até dá a entender que tudo começa acidentalmente).
Como é um filme da antiga URSS, (lembra um pouco o americano "The Day After", de 83) obviamente há um enfoque filosófico, com personagens divagando sobre a humanidade e uma citação pacifista no fim.
O filme não tem cor, apenas uma fotografia esmaecida em tom de sépia, na maior parte do tempo, e azulada em algumas outras cenas e uma câmera que às vezes parece fora de  foco, o que aumenta a estranheza do filme. Impressionam os cenários de destruição aonde o filme se passa (lembra muito "Stalker", de Tarkovsky) e o que não mostra: em uma cena o diretor do museu vai à um hospital, à procura do filho e entra na ala infantil. A câmera apenas filma seu rosto, horrorizado, enquanto se ouvem os gritos desesperados das crianças queimadas sendo socorridas pelos médicos.
Um filme extremamente deprimente, voltado para um público mais específico do que os fãs de blockbusters.

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