sábado, 26 de outubro de 2013

KIMYÔ NA SÂKASU

(KIMYÔ NA SÂKASU)
Japão - 2005
Dir.: Sion Sono


Pai estupra a filha de 12 anos, e a mãe, ao invés de denunciar o pervertido, passa a tratar a filha como uma espécie de concorrente. A degringolação atinge o ápice quando ocorre um assassinato (involuntário) em pleno seio familiar. Só que tudo que se assiste pode ser apenas ser parte do livro de uma escritora. Ou não.
Mais uma vez Shion Sono volta sua câmera para a família, a tirania (em geral na figura do pai) e a violência.
Seu filme mais famoso, "O Clube Do Suicídio", tratava de adolescentes que se suicidavam coletivamente, sem motivo aparente e demonstrando felicidade com o ato. Em "A Mesa De Jantar De Noriko", a trama se passava antes e depois dos fatos de "O Clube..." e tratava de duas irmãs insatisfeitas com a vida em família, principalmente com o pai, que viam como autoritário. Uma delas foge de casa para se juntar a um grupo de jovens, que conheceu na internet, e que se "alugavam" para pessoas solitárias com o objetivo de serem apresentadas como da família, mas nunca envolvendo sexo.
"Cold Fish" mostrava outra família meio disfuncional, aonde o pai se envolvia com um empresário - que livrara sua filha da prisão por furto - e que iria se tornar amante de sua mulher, e envolvê-lo em negócios escusos.
Em comum o banho de sangue que segue após uma explosão de violência nos três últimos filmes, sem contar a entrada do sexo como elemento de dominação / sedução / liberador das atitudes das personagens em cena, em "Cold Fish" e neste aqui.
Seus filmes são sempre perturbadores, vão direto ao estômago do espectador e não dão muita margem para a fraqueza, a dúvida ou a docilidade, já que delicadeza e sutileza não parecem fazer parte de seu vocabulário.

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