segunda-feira, 23 de março de 2009

O REINO

(RIGET)
Dinamarca (TV) - 1994
Dir.: Lars von Triers


Minissérie dirigida para a televisão dinamarquesa pelo diretor de "Dançando no Escuro", "Dogville", entre outros.
Fantasma de menina assombra um hospital conhecido como "O Reino", que foi construído em cima de uma antiga área usada, literalmente, para lavagem de roupa suja.
A série acompanha o dia-a-dia do hospital, focando no neurocirurgião-chefe Helmer, um sueco preconceituoso que odeia os dinamarqueses e tira as calotas das rodas do carro para não serem roubadas; a Sra Drusse, uma velhinha sensitiva que frequenta o hospital na tentativa de ajudar a menina; os estudantes Hook (e seus embates com Helmer) e Mogge; além do filho da Sra Drusse e o médico Bondo, obcecado em conseguir o fígado de um paciente à morte, mesmo deixando a ética de lado e arriscando a própria vida. O próprio Lars comenta os episódios no final destes, além de dois adolescentes com síndrome de Down, que também fazem comentários sobre o que está acontecendo e o que virá a ocorrer, sem tomar parte diretamente da estória.
O terror aqui não surge de fantasmas vingativos, que saem de tevês ou celulares ou são invocados por rituais místicos. O fantasma existe, e tem sua estória contada nos últimos episódios. Quem acompanha filmes de terror vai até identificar alguns elementos do gênero, que inclui até citações a reencarnação.
Mas o verdadeiro horror parece vir de médicos arrogantes, egoístas, egocêntricos e indiferentes, que não exitam em humilhar estudantes, mas que não se furtam a encobrir erros uns dos outros. O próprio hospital parece a Casa da Mãe Joana, pois parece que cada um faz o que bem entende: cachorros dentro do hospital; um estudante que rouba uma cabeça; outra estudante que foge das aulas de dissecação de cadáveres; e por aí vai. A sequência final é quase uma comédia de erros, quando da visita do ministro ao hospital.
Destaque também para a fotografia meio avermelhada, que reforça a estranheza da coisa. Teve mais quatro episódios rodados em 1997.

Nenhum comentário:

Postar um comentário