domingo, 13 de maio de 2012

O RIO

(THE RIVER)
EUA - 2012
Dir.: Jaume Collet-Serra


Naturalista famoso se perde na selva amazônica enquanto tentava encontrar uma misteriosa fonte da vida eterna, e é dado como morto, junto com sua equipe de filmagem.
Meses depois, um sinal de seu rádio é identificado e sua mulher e o filho partem à sua procura acompanhados por uma equipe de TV, que está financiando a expedição de busca e exige que tudo seja documentado.
Eles então se embrenham em uma Amazônia misteriosa, provavelmente na parte espanhola, aonde encontram barcos fantasmas, tribos indígenas desconhecidas que teriam contato com espíritos, pessoas amaldiçoadas, cegueira temporária, libélulas sobrenaturais (é sério...), etc... São as fitas das duas expedições que são editadas e dão origem a série.
Tremenda bobagem produzida, entre outros por Spielberg e pelo midas do found footage / mockumentary, Oren Peli - o que garante aquela cena presente em todos os seus filmes de alguém sendo arrastado pelo pés por alguma força invisível.
A direção é de Jaume-Collet Serra, de "A Órfã" e "A Casa De Cera".
Cada episódio é centrado em um fato, como o navio fantasma, por exemplo, e é praticamente esquecido no seguinte, se arrastando assim por 8 episódios. A série também parece tentar abraçar todos os subgêneros que o terror tenha, e no sétimo episódio a série vive um momento "Resident Evil - Walking Dead". O 8º começa com um novelesco "quem matou" e depois passa para uma sequência de possessão demoníaca, aonde um personagem só falta vomitar verde e virar a cabeça, tudo embalado por discurso melodramático.
Na verdade a idéia nem é ruim, só que Oren tem certa fixação com essa idéia da câmera na mão, e nem quando estão em perigo de vida seus personagens largam a traquitana, além de não se sustentar por 8 episódios. Tudo bem que é uma exigência da TV que tudo seja registrado, mas ninguém fica com uma câmera na mão, e nenhuma idéia na cabeça, quando dá de cara com fantasmas e precisa fugir de um barco, ou está fugindo pela selva, depois de abandonar seus amigos.
O barco aonde a equipe está deve ter centenas de câmeras, pois são inúmeros planos, contraplanos e cortes entre os personagens presentes em cena.
Mas o cúmulo do exagero, que chega a ser ofensivo a inteligência de quem vê, é a cena (6º episódio) aonde um homem fica perdido na mata, aparentemente com UMA câmera: ele sobe em uma árvore para pegar mangas, a câmera dá um close nele!! (deve ser algum espírito que escapou de "Atividade Paranormal"), e depois torna a se afastar. A coisa segue: quase à beira da morte, ele se arrasta pela mata, sempre com a câmera, que em determinado momento deve ter se multiplicado, pois a imagem fica mudando de ângulo, se alternando entre tomadas diferentes, como se fossem duas ou mais! Mas como, se ele estava sozinho? Quase à beira da morte, com fome? Será que foi o cachorro que o acompanhava, que em nenhum momento pareceu passar fome?
De resto, sobram momentos de dramalhão, com os personagens contando seus dramas para as inúmeras câmeras (dá-lhe corte pra lá e pra cá) e uma certa falta de dramaticidade ao troço.
Sinceramente? Parece uma cópia bem piorada de "Lost", que fecha com gancho para continuação, já que não se explica como as fitas com as imagens foram encontradas.

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