domingo, 2 de agosto de 2009

ALUCARDA - A FILHA DAS TREVAS

(ALUCARDA - LA HIJA DE LAS TINIEBLAS)
México - 1978
Dir.: Juan López Monctezuma


Justine chega a um orfanato mantido por feiras e passa a dividir o quarto com Alucarda, órfã de pai e mãe. Logo elas desenvolvem intensa amizade, e durante um passeio no campo conhecem um sinistro cigano corcunda que posteriormente as leva a participar de um ritual satânico, que inclui a participação de uma figura que remete ao demônio clássico consagrado pelo catolicismo: um ser meio homem, meio bode; seguido de uma orgia.
Durante uma missa, Justine e Alucarda sofrem uma manifestação demoníaca que espalha o pânico entre as freiras que então convocam um padre que concluí ser necessário um exorcismo.
É esse exorcismo que provoca a morte de Justine (numa sequência de tortura angustiante), e do qual Alucarda se livra com a chegada do médico do vilarejo próximo que a leva para casa, aonde ela também vai tentar cooptar a filha cega deste. Em meio a isso, uma freira morre queimada e volta a vida qual um zumbi, tendo a cabeça decepada em cena muito semelhante as dos filmes de mortos vivos então em voga, o que acaba convencendo o médico de que de fato há algo de errado no convento. O corpo de Justine desaparece e é depois encontrado, com vida, dentro de um caixão em umas ruínas próximas e causa mais uma sangrenta morte.
O clímax do filme se dá no convento, para onde Alucarda volta para se esconder.
Esse aqui virou clássico e hoje é objeto de culto, embora tenha sido ignorado à época do lançamento. Tem todos os elementos de explotation: nudez, lesbianismo, violência, tortura e mulheres nuas sendo chicoteadas, mas é muito mais do que isso.
É uma produção barata que se vale de cenários absolutamente sinistros muito bem utilizados; ótima direção; um ritmo ágil; personagens intrigantes. Basta ler o nome da protagonista de trás pra frente e se tem uma idéia do que se trata: é uma versão da famosa vampira Carmilla, dirigida por um mexicano desconhecido do grande público e com produção de Alexander Jodoroviski, famoso pelo cult "El Topo".
Tudo aqui é ótimo, e são inúmeros os momentos dignos de registro: a roupa das freiras que as torna quase múmias, e que tem o objetivo de demonstrar opressão em que vivem; os cenários; a cena do surgimento de Alucarda no quarto; o ritual no quarto do convento com o cigano; a sequência do corpo de justine dentro de um caixão cheio de sangue e a reação dessa, semelhante a um gato, atacando outra freira; e a sequência final, chamada 'delírio de fogo', aonde Alucarda ganha ares de 'Carrie - A Estranha'. Uma demonstração de que se pode fazer bom cinema com poucos recursos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário