domingo, 4 de julho de 2010

CONDESSA DE SANGUE

(BATHORY)
Eslováquia / República Tcheca / Inglaterra / Hungria - 2008
Dir.: Juraj Jakubisko


Erzsébet (ou Elizabeth) Báthory é uma controvertida figura da história húngara. Se casou aos 11 anos com o Conde Ferencz Nádasdy, um militar que ficava longos períodos fora de casa, envolvido em batalhas, principalmente contra os turcos.
Devido a essa ausência do marido, ela se tornou a responsável pela manutenção do castelo aonde vivia, e da necessidade de disciplinar um batalhão de empregados, mais as doenças que a assolaram na infância, teria surgido o sadismo que a tornou famosa. Segundo a lenda, ela teria matado 650 mulheres, todas registradas em seu diário, com sua letra, e comumente tomava banhos de sangue de virgens para manter a beleza, orientada por Darvulia, uma feiticeira que se torna sua guia espiritual.
Após a morte do marido ela, literalmente, precisa lutar para sobreviver e manter os bens da família, principalmente quando o Conde Thurzo, apaixonado por ela, ambiciona lhe tomar as terras que herdara.
É Thurzo que a denuncia e termina por provocar seu confinamento em um quarto de um de seus castelos, com apenas uma abertura para passagem de comida, aonde ele viveu 3 anos até a morte.
O filme toma partido de Erzsébet, que é mostrada como alguém capaz de punir seus empregados com violência sim, mas que nada mais é que alguém fruto de uma época, aonde empregados, escravos e presos de guerra eram menos que nada (a série The Tudors mostra um Rei Henrique VIII muito pior que Báthory, e nem por isso ganhou fama de vampiro, ou algo parecido). Seu julgamento, por exemplo, foi questionado visto não haver testemunhos de nobres, apenas da plebe, o que mostra a noção de justiça da época. Seus ataques de loucura, que incluem a morte de uma empregada mais parecem efeitos das drogas que Darvulia lhe prescrevia do que mera crueldade.
Segundo a Wikipédia, a condessa teve outra guia espiritual após a morte de Darvulia, mas o filme deixa de lado esse fato.
Não é um filme de terror, mas sim um drama muito bem produzido com boa fotografia, cenários (foram usados 13 castelos e 23 mansões nas filmagens) e cenografia. Tudo isso evidencia uma certa falta de carisma da protagonista Anna Friel.
De negativo, um encontro com o pintor Caravaggio, que a História ignora, além de um padre (com ares de professor pardal) e um noviço que desejavam denunciar a condessa, mas que sem qualquer explicação mudam de lado.
Mas é um filme bem legal, que a direção torna interessante e que flui bem, em seus mais de 120 minutos de duração.

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