domingo, 29 de maio de 2011

NEGOCIADORES DO SONO

(SLEEP DEALER)
EUA / México - 2008
Dir.: Alex Rivera


Memo é mexicano, vive do lado de cá da fronteira com a família que tira seu sustento a duras penas de um milharal. Seu passatempo é acessar a internet através de uma antena improvisada, e se conectar a um mundo dominado por tecnologia de ponta.
A água é escassa e controlada por grandes corporações que construíram grandes barragens, e as defendem com unhas e dentes, cobrando caro por acesso ao líquido. A proteção à água é feita com direito a transmissão pela TV, e elevação a condição de ídolos dos soldados que cumprem suas missões (“O Sobrevivente”).
É durante uma dessas missões que a antena de Memo é confundida com um artefato terrorista, e ele tem sua casa bombardeada por uma nave pilotada à distância por um descendente de mexicanos. No acidente seu pai morre, e ele decide viajar para Tijuana aonde recebe implantes que lhe permitem contactar diretamente a internet, ou alguma espécie de rede que se assemelha muito a essa (“Johnny Menmonic”).
Os implantes servem tanto para o acesso a rede como para uma forma de trabalho de onde vem o nome do filme: conectadas, as pessoas operam máquinas, aviões de combate (como o que matou o pai de Memo), realizam trabalhos de agricultura, etc nos EUA sem sair de sua cidade natal, e aqueles que aceitam abdicar de horas de sono recebem mais. Ou seja: mão de obra barata, sem a invasão de imigrantes que tanto incomoda os americanos.
Em Tijuana, Memo se envolve com Luz, escritora que “compra” as memórias alheias e as disponibiliza na rede, para que outros vivenciem essas histórias (mas não como em “Blade Runner”, aonde eram implantadas), e na cidade ele também vai topar com o responsável pela morte de seu pai, e surge então uma chance de vingança.
Ótima mistura de drama e sci-fi. Um filme original, com bom visual – há um contraste entre a aridez mexicana e a exuberância tecnológica do mundo desenvolvido. Tem algumas idéias que já foram vistas em outros filmes, mas aqui são apresentadas sobre outra ótica.
Merecia mais destaque.

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