quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

INFERNO

(JIGOKU)
Japão - 1960
Dir.: Nabuo Nakagawa


A vida de Shiro parece uma tragédia grega: ao pegar carona com um amigo, Tamura, esse atropela um homem e foge, mesmo sob os protestos de Shiro, mas são vistos pela mãe do morto, que junto da viúva decidem se vingar.
Shiro pede a namorada em casamento, mas com a consciência pesada conta a ela do ocorrido e decide procurar a polícia, quando sofrem um acidente e ela morre, aumentando a dor de consciência do coitado, que a convenceu a pegar um táxi.
Deprimido, ele recebe um telegrama do pai, dizendo que a mãe está nas últimas. Viaja então até o asilo aonde os velhos vivem e descobre que o lugar está a beira do caos: a comida é pouca e o diretor do lugar desvia recursos. Dando sequência as desgraças do protagonista, a viúva do atropelado aparece para matá-lo, mas acidentalmente é ela que morre, assim como seu amigo Tamura. Resta a mãe do morto se vingar: ela serve saquê envenenado para todos no asilo, e assim como no Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, todos vão se encontrar no além para uma espécie de julgamento, embora aparentemente já estejam condenados.
É essa sequência no inferno a parte legal do filme, que começa meio arrastado. Um lugar escuro, sinistro aonde as almas dos mortos sofrem todo tipo de tortura: são esquartejados vivos, tem mãos cortadas, olhos arrancados, dentes quebrados a paulada, são jogados em um rio de pus e detritos humanos e por aí vai. Um dos infelizes terá sua pele arrancada e os olhos esmagados sem poder gritar, pois o menor suspiro fará com que a tormenta recomece. Resta a Shiro, que agora descobriu que a noiva estava grávida tentar salvar a filha, única forma de também se salvar do inferno.
É lento, com efeitos toscos para a atualidade (a cena do esfolamento é beeeeem tosca) mas vale a vista. O tipo de filme para um público específico, mas interessado em arte do que em sangria desatada, ainda que seja considerado o filme que lançou o conceito de gore.

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