segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

PONTYPOOL

(PONTYPOOL)
Canadá - 2008
Dir.: Bruce McDonald


Locutor de rádio sensacionalista, e com um pézinho no facismo, está estreando em uma rádio quando, ouvindo o rádio da polícia, ele e a produtora da estação descobrem que uma multidão tenta invadir um prédio. Logo a coisa ganha dimensão, e eles passam a contar com o único repórter da rádio, que próximo ao local narra o que vê: pessoas enlouquecidas se atacando, matando e devorando umas as outras.
A tensão na cidade aumenta, sempre narrada pelo tal locutor, que assim como os espectadores do filme, nada sabem sobre o que se passa, até que uma mensagem em francês apresenta uma explicação: a população está sendo contaminada pela palavra. Isso mesmo, uma espécie de vírus que se alastra não pelo ar, mas pela palavra proferida, e só o inglês carrega tal vírus. Trancados no estúdio, aos dois, mais uma funcionária da rádio, só resta narrar as informações que chegam do repórter e de alguns moradores, até que toda a cidade surte.
Bizarro filme canadense, baseado em um livro, que estimula o espectador a imaginar o que está acontecendo, pois todo o filme se passa no estúdio da rádio e, fora uma rápida cena, os contaminados nunca são vistos.
A impressão que se tem é de uma outra visão para "O Dia dos Mortos Vivos", "Extermínio", "O Exército do Extermínio" e "O Sinal", pois o que se tem aqui é praticamente o mesmo que se conta nesses filmes, com um ponto de vista diferente: se os dois primeiros mostravam a "invasão" e a tentativa de fuga dos sobreviventes; "O Exército..." mostrava a tentativa de ação do governo para controlar a "infecção" e "O Sinal" focava no processo de loucura da população, esse mostra a visão de quem está fora, isolado, e apenas toma ciência dos fatos, sem vê-los ou participar diretamente da ação.
Os canadenses devem ter fixação com o dia dos namorados, pois assim como "O Dia dos Namorados Macabro", esse também se passa próximo da data.
Um filme barato e inteligente, que mostra na forma de parábola a força da palavra como instrumento capaz de levar os homens a atos de coragem ou de loucura. Dizem que vem mais por aí.

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