segunda-feira, 30 de março de 2009

DRÁCULA

(HORROR OF DRACULA)
Inglaterra - 1958
Dir.: Terence Fisher


O filme é baseado na obra de Bram Stocker; mas na verdade apenas toma emprestados os nomes das personagens. Quem viu o filme de Coppola ou a versão com Frank Langella na década de 70, vai perceber a diferença no destino das personagens.
Jonathan Harker chega ao castelo do Conde (Christopher Lee) para, supostamente, trabalhar como bibliotecário do vampiro. Na verdade, seu objetivo é matar Drácula, mas o plano falha, e Jonathan mata apenas uma escrava de Drácula, sendo morto depois. Como vingança, o Conde escraviza a noiva de Jonathan, Lucy, mas esta é morta por Van Helsing (Peter Cushing).
Mais uma vez o vampiro se vinga, escravizando a cunhada de Lucy.
Resta a Van Helsing e o marido da moça enfrentarem o vampiro.
Bem cuidada produção da Hammer; a primeira a reunir Lee e Cushing nos papéis que lhes deram fama, e que seriam repetidos depois, sejam juntos ou separados.
O vampiro quase não aparece, e Cushing praticamente rouba a cena. O ritmo é ágil, e a idéia de rever a obra de Stocker acaba sendo boa, pois surpreende aqueles que já conheciam a estória.
Foi o primeiro de uma série. Depois vieram algumas sequências diretas, aonde o vampiro era ressuscitado graças a algum acidente (tipo Jason...) ou por algum seguidor. Além de outros como "As Noivas de Drácula (The Brides of Dracula)", de 1960, aonde o conde já está morto mas ainda deixou um 'filhote' pronto para dar sequência a busca por pescoços de donzelas desavisadas.

segunda-feira, 23 de março de 2009

O REINO

(RIGET)
Dinamarca (TV) - 1994
Dir.: Lars von Triers


Minissérie dirigida para a televisão dinamarquesa pelo diretor de "Dançando no Escuro", "Dogville", entre outros.
Fantasma de menina assombra um hospital conhecido como "O Reino", que foi construído em cima de uma antiga área usada, literalmente, para lavagem de roupa suja.
A série acompanha o dia-a-dia do hospital, focando no neurocirurgião-chefe Helmer, um sueco preconceituoso que odeia os dinamarqueses e tira as calotas das rodas do carro para não serem roubadas; a Sra Drusse, uma velhinha sensitiva que frequenta o hospital na tentativa de ajudar a menina; os estudantes Hook (e seus embates com Helmer) e Mogge; além do filho da Sra Drusse e o médico Bondo, obcecado em conseguir o fígado de um paciente à morte, mesmo deixando a ética de lado e arriscando a própria vida. O próprio Lars comenta os episódios no final destes, além de dois adolescentes com síndrome de Down, que também fazem comentários sobre o que está acontecendo e o que virá a ocorrer, sem tomar parte diretamente da estória.
O terror aqui não surge de fantasmas vingativos, que saem de tevês ou celulares ou são invocados por rituais místicos. O fantasma existe, e tem sua estória contada nos últimos episódios. Quem acompanha filmes de terror vai até identificar alguns elementos do gênero, que inclui até citações a reencarnação.
Mas o verdadeiro horror parece vir de médicos arrogantes, egoístas, egocêntricos e indiferentes, que não exitam em humilhar estudantes, mas que não se furtam a encobrir erros uns dos outros. O próprio hospital parece a Casa da Mãe Joana, pois parece que cada um faz o que bem entende: cachorros dentro do hospital; um estudante que rouba uma cabeça; outra estudante que foge das aulas de dissecação de cadáveres; e por aí vai. A sequência final é quase uma comédia de erros, quando da visita do ministro ao hospital.
Destaque também para a fotografia meio avermelhada, que reforça a estranheza da coisa. Teve mais quatro episódios rodados em 1997.

domingo, 15 de março de 2009

DIA DOS NAMORADOS MACABRO

(MY BLOODY VALENTINE)
Canadá - 1981
Dir.: George Mihalka


Há vinte anos um grupo de mineiros fica preso em uma mina, e apenas um deles, Harry Warden, sobrevive se alimentando dos corpos dos companheiros mortos. Paralelamente a isso, a cidade comemora o Valentine's Day, o dia dos namorados deles, sem se importar com o drama dos mineiros.
O enlouquecido sobrevivente decide então se vingar assassinando os supervisores que os deixaram na mina e foram comemorar a data em um baile que reunia os moradores da cidade.
Devido a isso, a cidade passou os vinte anos seguintes sem realizar o baile de dia dos namorados, até alguém decidir encerrar com a "tradição".
Nem é preciso dizer que o assassino, que usa uma roupa de mineiro e ataca com uma pequena picareta, vai aparecer para estragar a festa comunitária, né?
Esse é um dos primeiros e mais clássicos slashers da década de 80. Mortes de todos os tipos: picareta enterrada no peito; cabeça cozida na panela do cachorro quente; cano de água enterrado na cabeça de um; alguém enfiado dentro da máquina de lavar roupa (!!!) e por aí vai.
Também foge daquele modelinho "adolescentes atrás de sexo", pois a galera aqui está na faixa dos 20 e pouco e ninguém paga peitinho ou aparece de bunda de fora na hora do ato como em "Sexta-feira 13".
Sim, tem aqueles personagens esquemáticos como o velho que fala da maldição; outro que conta piadas e aqueles que só estão esperando a morte chegar. O filme sofreu com a censura da época e só agora foi liberada uma versão sem cortes que mostra todo o gore que foi limado à época: em uma cena, quando tem a cabeça perfurada pela tal picareta, com um golpe certeiro no queixo, o olho da vítima salta da órbita.
A cena do corpo pendurado em uma corda pelo pescoço também ganha em dramaticidade, quando a cabeça se solta do resto do corpo; além do final que mostra o quão doido é o assassino, e que foi cortada pois o mesmo decepa o próprio braço para poder fugir, além de deixar o mote de uma possível continuação, que chegou a ser oferecida pelo diretor ao estúdio, que recusou.

segunda-feira, 9 de março de 2009

HELLEVATOR

(GUSHA NO BINDUME)
Japão - 2004
Dir.: Hiroki Yamagushi


Em um época e por motivos não explicados, os seres humanos passam a viver em cidades subterrâneas, e o meio de transporte utilizado são os elevadores. A ação, por exemplo, começa no andar 138, não ficando claro quantos andares ainda existiriam mais, e falar sobre o "andar zero", é motivo de medo para os habitantes.
Outra curiosidade, é a divisão dos andares, pois cada um se destina a uma atividade ou comunidade específica: há um para os solteiros, outro andar para o cemitério, outro é dos cozinheiros, um outro é a prisão.
Tudo começa quando Luchino, com aparência adolescente e vestida com a eterna roupa-fetiche dos japoneses - o uniforme escolar - causa um incêndio acidentalmente. Ela, uma dona de casa com um bebê, um professor, a ascensorista e mais um policial e 2 prisioneiros, sendo um deles um estuprador canibal, ficam presos no elevador, em razão do incêndio.
Óbvio que um deles se solta, e começam momentos de terror, com direito a muito sangue (meio rosado) e uma carnificina total.
Mais uma esquisitice japonesa, com influências de 1984, já que a exemplo da obra de Orwell, existe uma Agência de Vigilância que tudo vê; e também THX1138, de George Lucas. O visual do filme é meio bizarro, e a história é interessante, principalmente devido a direção que consegue manter o interesse na história.
O canibal até mereceria um filme só para ele, pois perto dele Hannibal Lecter poderia até trabalhar como babá.

domingo, 8 de março de 2009

AS BODAS DE SATÃ

(THE DEVIL RIDES OUT)
Inglaterra - 1968
Dir.: Terence Fisher


Duque De Richleau (o incansável Christopher Lee) decide visitar o filho de um amigo morto, e descobre que o rapaz está envolvido com uma seita de magia negra. Ele consegue salvar o rapaz, mas o líder da seita, Mocata (Charles Gray, que viria a ser vilão em filme de 007), está decidido a ter o rapaz entre seus seguidores.
Ele, ajudado por outro amigo, tem então que enfrentar as forças do mal para salvar a si mesmo e sua sobrinha, que acaba envolvida na trama.
Uma bola fora de Terence Fisher nessa produção da Hammer de enredo simples e boas idéias muito mal desenvolvidas. Richleau logo se mostra especialista em magia negra graças a algumas horas em uma biblioteca.
Pior: em determinado momento ele realiza um ritual aonde invoca os arcanjos Gabriel, Miguel entre outros e até Osiris, deus egípcio, entra na confusão...
E ainda tem efeitos muito ruins.
Uma bobagem total, onde nem a aparição de Baphomet foi bem aproveitada.

domingo, 1 de março de 2009

>>VIAGENS ALUCINANTES

 (ALTERED STATES)
EUA - 1980
Dir.: Ken Russell


Os filmes de Ken Russel se encaixam naquela categoria aonde não são distinguidos por gênero (terror, drama, comédia), mas sim como "filmes de fulano de tal", como Almodovar, Coppola, Spielberg, etc. Depois disso, ele só fez mais um filme de peso, "Gothic", e hoje nem é quase lembrado, apesar de obras como "Os Demônios (The Devils)" e "Tommy".
Esse aqui é uma ficção na linha de 2001, e tivesse Russell mais sorte poderia ter tido o mesmo sucesso do filme de Kubrick.
Cientista (William Hurt) realiza experiências visando explorar outros estados de consciência. De início suas experiências são realizadas num tanque de imersão e isolamento, com resultados poucos satisfatórios. Ao tomar conhecimento de uma tribo indígena mexicana que se utiliza de uma beberagem para promover uma espécie de "viagem astral", ele experimenta a bebida e realiza uma viagem que o desconcerta. Decide então combinar a bebida com seu tanque de isolamento. De sua primeira viagem ele retorna sem fala, com sangue na boca, alegando que viajou a uma época pré-histórica, e que o sangue é de um animal que caçou. Para espanto de seus colegas, suas cordas vocais haviam regredido, se assemelhando a de um macaco.
Decidido, realiza nova experiência, dessa vez sozinho, e retorna na forma de um ser meio homem, meio macaco, que escapa do laboratório e se esconde em um zoológico, aonde retorna a condição de homem. A próxima viagem o leva mais longe ainda, até o estágio de surgimento da vida.
Um filme intrigante, com ótimos efeitos (as viagens são realmente alucinantes, baseadas em imagens que se sucedem rapidamente), e que só peca, na minha modesta opinião, pelo final na linha "só o amor nos salva".
O tipo do filme que dificilmente seria realizado na época atual.