sábado, 26 de dezembro de 2020

BARDA


(BARDA)

Turquia - 2007

Dir.: Serdar Akar

Grupo de amigos que se reúne com frequência em um bar é surpreendido por um bando de homens, que vão lhes torturar, estuprar e até matar sem motivo aparente.

Podia ser descrito como um filme sobre a banalidade do mal: não há motivos para a maldade que se vê em cena, apenas o próprio prazer de ser mau.

O problema é a realização um tanto precária: o bar é nitidamente um cenário, quase teatral, com jeito de improvisado. As atuações são meio toscas, meio histéricas, mas isso se entende pela simplicidade da produção.

Além disso, a violência é praticamente toda em off, mas isso não é problema, pode até ser solução, quando se consegue passar pro espectador o que ele não viu. Nesse caso, a violência é muito insinuada, nada vista e nada sentida. Um exemplo: uma moça é mutilada com uma gilete, mas, quando a coitada é vista, só se vê o sangue e fica a impressão de que alguém jogou tinta vermelha na atriz e rasgou suas roupas.

No mais, fica a impressão que nas mãos de um diretor mais calejado e de uma produção mais eficiente, poderia render um filme bem mais incômodo.

sábado, 19 de dezembro de 2020

ANYTHING FOR JACKSON


(ANYTHING FOR JACKSON)

Canadá - 2020

Dir.: Justin G. Dyck

Casal de velhinhos satanistas que perdeu o neto (a filha havia morrido antes) decide seguir o ritual de um livro antigo pra trazer o garoto de volta a vida.

Eles sequestram uma grávida, que será usada para receber a reencarnação do morto no feto que carrega. Só que eles vão invocar mais do que esperavam.

É menos ruim do que parece, principalmente pelas ideias que apresenta. A casa dos velhos se torna uma espécie de farol do mal, que vai contaminando quem dela se aproxima: o sujeito que limpa a neve da calçada e a policial que investiga o desaparecimento da grávida, além de atrair fantasmas (um deles é uma criação bem interessante, meio chupada do terror oriental).

Longe de ser bom, fica a sensação de que faltou um pouquinho pra merecer algum destaque.

domingo, 13 de dezembro de 2020

HIS HOUSE

(HIS HOUSE)

Inglaterra - 2020

Dir.: Remi Weekes

Casal de refugiados sudaneses recebe abrigo na Inglaterra. O abrigo abrange uma pequena ajuda de custo e uma casa, meio capenga, mas melhor que a dos funcionários do Serviço Social, segundo comentários desses.

O casal perdeu a filha durante a fuga de barco e ao chegar na casa, o lugar parece ser o lar de alguma entidade que os acompanhou na fuga da África.

À medida que o horror aumenta, e a sanidade do protagonista passa ser posta em dúvida, começam as revelações do passado da dupla e de como eles chegaram ali.

Mas um da safra recente do pós-terror + terror étnico.

É uma boa pedida, pois mistura o misticismo africano ao drama de quem deixou suas vidas para trás por causa da violência política.

sábado, 7 de novembro de 2020

ANTEBELLUM


(ANTEBELLUM)

Dir.: Gerard Bush / Christopher Renz

EUA - 2020


Talvez dos melhores filmes de terror do ano, esse aqui bebe da fonte de Jordan Peele: a questão social, no caso a racial, usada como fundo de uma estória misteriosa, num momento em que os ânimos andam acirrados devido a um certo protagonismo que o movimento negro finalmente vem tendo (e que ainda é tímido por aqui).

Começa meio confuso, sem se explicar muito, mas depois que se entende a trama, que é sim muito parecida em certos aspectos com a de "Corra!", pois fala de racismo e discriminação, embora aqui numa espécie de contramão das ideias dos brancos daquele filme.

Não dá pra falar muito, pra não se estragar o que se assiste.

Talvez o único porém seja uma certa concessão à violência que é típica do cinema americano, e que Peele parece tratar de outra forma. Aqui a violência parece ter que ser necessária à trama, pois não há outra punição a quem faz o mal que não seja a morte violenta, mesmo que isso lhe iguale a seu agressor; Peele usa como única alternativa de se salvar, e não para atender a necessidade de sangue da humanidade.

Fora isso, não é um filmaço, longe disso, mas é interessante e diferente do que se vê por aí.

domingo, 1 de novembro de 2020

TODOS OS DEUSES NO CÉU


(TOUS LES DIEUX DU CIEL)

França - 2018

Dir.: Quarxx


Bizarro filme francês que usa uma atriz que realmente possui uma deficiência congênita num dos papéis principais, o que vai sempre ser motivo de discussão desde que Tod Browning fez o mesmo em "Freaks", em 1932.

Na trama Simon cuida da irmã deficiente, Estelle, que é praticamente mantida prisioneira em um quarto, o que é motivo de preocupação das autoridades que o monitoram, pois se preocupam com sua sanidade e as condições em que a moça é mantida.

Estelle não nasceu deficiente, mas ficou assim por causa de um acidente (uma cena bem incômoda e assustadora, embora rápida) quando era criança e o irmão acredita que ET's virão para levá-los para outro mundo.

O diretor  de nome engraçadinho realizou um filme esquisito, embora bem resolvido tecnicamente, para falar de loucura (será mesmo?) e redenção.

Não é para todo tipo de gosto, mas é curioso.

sábado, 24 de outubro de 2020

A PROMESSA


(PUEN TEE RALUEK)

Dir.: Sophon Sakdaphisit

Tailândia - 2017


15 anos atrás, Boum e Ib fizeram um pacto de suicídio, depois que as famílias de ambas foram a bancarrota durante uma crise qualquer. (O filme não insinua uma relação entre as duas, mas é isso que parece existir, embora não seja lá muito relevante pra trama requentada)

Mas Boum roeu a corda, e adivinhem o que vai acontecer?

É mas um filme oriental de fantasma vingativo e fica a pergunta se ainda existe alguma novidade sobre o assunto.

Bem, se o assunto é novidade, aqui o objeto, digamos, "possuído" é um antigo bip - aquele aparelho de troca de mensagens que os mais novos com certeza desconhecem. A filha da protagonista mesmo trata o negócio como um artefato quase alienígena quando o encontra.

Pronto, acabou a novidade.

sábado, 17 de outubro de 2020

ACHOURA


(ACHOURA)

Marrocos / França - 2018

Dir.: Talal Selhami


Quatro amigos se reencontram depois que uma entidade sobrenatural volta a dar sinais de estar à solta.

Como todo filme baseado em folclore, principalmente de culturas muito diferentes das que estamos mais habituados, é um filme curioso, mas não necessariamente bom.

Se mostra um tanto confuso no começo, e depois segue sua trama de modo meio convencional, com explicações sobre a entidade, embora sua origem não seja clara. A curiosidade acaba sendo mais pelo ser ancestral em si, que vira mais um detalhe na trama das personagens que tentam escapar dele.

O ponto negativo é aquele de sempre: um ser feito de fumaça (uma praga do cinema atual) que é curioso mas com um detalhe que lembra o Predador; e o uso excessivo de CGI.

sábado, 12 de setembro de 2020

#SARAITDA



(#SARAITDA)
Coréia - 2020
Dir.: Il Cho


Terror de zumbis com toques de drama (poderia ser o contrário também).
Garotão fica preso em um apartamento num conjunto habitacional depois que uma praga de zumbis infecta o país.
Os pais e a irmã saíram pra cuidar de suas vidas e quando o caos se instala seu destino se torna incerto e Oh Joon-woo, esse o nome do protagonista, fica na expectativa se eles retornarão ou não, enquanto tenta se virar com vizinhos infectados tentando entrar em sua casa e com a falta de comida, que o leva ao limite do desespero.
É aí que entra em cena a vizinha do prédio da frente, até então não apresentada ao espectador e com quem, na base da esperteza (mérito do roteiro) ele faz contato e amizade e ganha um companhia, ainda que separados pela distância física.
O filme é espertinho, bem dirigido, dosa bem toques de horror, humor e drama (que parece ser o foco do filme, e não a habitual violência/gore que envolve esse tipo de produção).
É um passatempo despretensioso que se assiste com atenção e nem se percebe que passado tanto tempo o cabelo do protagonista nem descoloriu nem cresceu, e nem ele emagreceu depois de ficar sem se alimentar corretamente.
Como curiosidade, a fase de zumbis do terror coreano tem rendido bons frutos como esse aqui, a série "Kingdom" (a primeira temporada bota "Walking Dead" no bolso) e o já consagrado "Train to Busan", que ganhou continuação.

sábado, 5 de setembro de 2020

RATU ILMU HITAM

(RATU ILMU HITAM)
Indonésia - 
Dir.: Kimo Stamboel


Grupo de amigos viaja ao orfanato aonde foram criados para visitar o dono do lugar, que se encontra a beira da morte.
Ao chegar, o grupo, acompanhado das respectivas famílias - mulheres e filhos - é  bem recebida porém, aos poucos começam a vivenciar estranhos fenômenos e descobrem que o lugar está dominado por uma força sinistra ligada ao passado do orfanato.
É meio mambembe: tem um atropelamento que não se encaixa na trama e se vale do velho truque dos insetos em CGI pra causar nojo, mas não causa nem isso nem medo, e é só uma curiosidade de um país dito "exótico".

domingo, 23 de agosto de 2020

Z

(Z)
Canadá - 2019
Dir.: Brandon Christensen


Também conhecido como Z Wants to Play, parece um pastiche tardio de Babadook.
Casal percebe que o filho arruma um amiguinho imaginário, que talvez nem seja tão imaginário assim.
Não tem nada demais e nem vai aterrorizar ninguém.
Só serve mesmo pra passar o tempo.

domingo, 16 de agosto de 2020

SUNOD

(SUNOD)
Filipinas - 2019
Dir.: Carlo Ledesma


Olivia está com a filha internada devido a um problema cardíaco congênito, e as perspectivas não são das melhores.
Pra completar, ela não tem dinheiro pra pagar a conta do hospital, o que a obriga a arrumar um emprego noturno num call center, que funciona num prédio histórico, que foi abandonado e agora se encontra num processo de retrofit.
Só que o lugar tem um passado, que pode ajudar Olivia e a filha.
Filme banal sobre uma mãe desesperada e fantasmas que escondem suas reais intenções.
É só um passatempo.

sábado, 8 de agosto de 2020

BLOOD VESSEL

(BLOOD VESSEL)
Austrália - 2019
Dir.: Justin Dix



Grupo de sobreviventes do ataque alemão a um navio hospitalar se encontra a deriva em bote salva vidas há alguns dias.
Eles cruzam o caminho de um navio alemão, que também aparenta estar a deriva. Como a perspectiva era a morte mesmo, eles conseguem subir a bordo do navio e descobrem que esse parece abandonado.
O que não sabiam, é que o barco levava uma carga sinistra.
É um filme até divertido, que junta elementos já vistos em inúmeros outros filmes (prestem bem atenção no pôster, e dá pra ter uma ideia da carga do barco, embora essa cena nem exista).
Mas serve pra passar o tempo.

domingo, 2 de agosto de 2020

STAIRS

(STAIRS)
Inglaterra - 2019
Dir.: Tom Paton



Mas também pode chamar de "Black Ops" ou "The Ascent", é um filme confuso sobre um looping de tempo. Sabe aquelas tramas "recebemos ou convite ou acordamos aqui sem saber o porquê."? Pois é essa a linha do filme, embora ninguém tenha acordado desorientado, ou recebido um convite, como é praxe nessas tramas.
Grupo de combatentes em uma guerra qualquer, entra em um abrigo depois de terminar a missão e descobrem que a escadaria existente no complexo os leva de volta ao mesmo momento de alguns minutos atrás.
O problema é que assim como os personagens do filme, quem assiste também não entende muita coisa, pois como aquela escadaria foi parar ali? Era alguma experiência? ET's?
Talvez nem os produtores tenham entendido e por isso já deram 3 nomes diferentes pro filme.

domingo, 26 de julho de 2020

13 TZAMETI

(13 TZAMETI)
França - 2005
Dir.: Géla Babluani


Filme francês que precisa de um pouco de paciência em sua meia hora inicial, até que a trama se esclarece.
Se trata de um brutal jogo pela sobrevivência aonde, embora o diretor não aborde abertamente, remete a velha luta de classes, aonde alguns tem suas vidas apostadas na roleta russa da sobrevivência, aonde ao "andar de baixo" resta respeitar regras e dar retorno em troca de lucro a quem brinca suas vidas.
Sébastien, que é imigrante, embora isso não fique muito claro, trabalha como pedreiro em uma casa aonde o dono morre de overdose.
Ele então assume o posto do sujeito, seguindo regras que garantem seu anonimato, e assim segue um destino que não é o seu, mas do qual em dado momento visivelmente não seria possível uma meia volta.
O diretor ganhou até o direito a refilmar sua obra nos EUA, devido a idéia criativa de sua obra.

domingo, 12 de julho de 2020

STRANDED


(STRANDED)
Espanha - 2001
Dir.: María Lidón


Sci-fi espanhola meio pretensiosa, que infelizmente ficou meio esquecida no meio de tantas do gênero, apesar de seu elenco estelar: Vincent Gallo, Maria de Medeiros, Joaquim de Almeida e até Johhny Ramone.
Trata da primeira expedição a Marte, que dá errado, e a nave se estatela no planeta por fatores desconhecidos.
Os 5 sobreviventes não têm como se manter até a chegada de um possível resgate (o capitão morreu na queda), e decide-se que 3 devem se sacrificar em prol das pequenas chances dos outros sobreviverem.
A forma de suicídio é uma caminhada até que o oxigênio acabe, e enquanto caminham rumo à morte eles vão registrando o que vêem ao redor, visando dar algum sentido a sua expedição malfadada, o que gera um momento mockumentary/found footage, embora esse não seja o objetivo do filme, e parece mais uma esperteza pra economizar em efeitos e cenários.
É aí que eles descobrem que Marte tem lá seus segredos.
Tem algumas idéias que já foram vistas antes e depois, até o recente Aniara parece ter uma ideia saída daqui, envolvendo a alimentação.
Não é brilhante, mas merecia ser melhor conhecido.

domingo, 5 de julho de 2020

THE CLOSET

(THE CLOSET)
Coréia - 2020
Dir.: Kwang-bin Kim


Arquiteto bem sucedido e recém viúvo, não mantém a melhor das relações com a filha pequena, a quem ele vê como um estorvo.
Quando se mudam para uma casa nova, a menina começa a apresentar uma mudança de comportamento e desaparece sem deixar rastros.
Algum tempo depois, um exorcista procura o sujeito afirmando que a filha pode ter sido vítima de algum complô sobrenatural envolvendo rapto de crianças, e que envolve elementos do budismo.
É interessante, ágil, e tem uns efeitos de CGI que parecem os mesmos que foram usados em inúmeros outros filmes, mas é razoável e não ofende a inteligência de ninguém. Além disso, se fale de crenças locais, como uma espécie de limbo aonde a alma fica antes de tomar seu rumo. Como é sempre interessante assistir filmes que tratam de temas da cultura local vinculados a crenças no sobrenatural, como o indiano citado anteriormente, fica a dica.

domingo, 28 de junho de 2020

BULBBUL


(BULBBUL)
Índia - 2020
Dir.: Anvita Duti


Drama e horror e fantasia indianos muito bem feito e amarradinho, além de ter o tamanho padrão dos filmes ocidentais (os filmes indianos costumam ser loooongos) e não ter cena de música/cantoria, outra praga dos filmes de lá.
A trama envolve a lenda de uma bruxa, que seria a responsável pela matança de homens no local, uma área rural do país, começando em 1881 e dando um salto de 20 anos.
Bulbull é a mocinha que tem sua história contatada paralelamente a contagem de corpos, e garante a parte dramática da trama, além de mostrar qual era o papel da mulher na sociedade indiana, e que não deve ter mudado muito.
A produção é luxuosa, tanto em termos de cenários, quanto de figurinos e a direção de arte como um todo. Bola dentro do primeiro filme da diretora.
Uma ótima pedida.

domingo, 21 de junho de 2020

A PORTA

(DIE TÜR)
Alemanha - 2009
Dir.: Anno Saul


Curiosa produção alemã protagonizada pelo multifuncional Mads Mikkelsen, que é dinamarquês mas atua em filme de sua terra natal, França, EUA, Alemanha, etc.
Mads é David, que perde a filha porque se distraiu com a vizinha e é abandonado pela mulher, passando a viver em depressão profunda.
Até o dia que ele descobre uma porta misteriosa em seu jardim que o leva para um mundo paralelo, aonde a filha está viva e ele vive com a mulher.
Ele mata seu "eu" alternativo e retoma a vida que seria a dele, caso a fatalidade não tivesse acontecido.
Mas ele não é o único viajante do tempo, e alguns estão dispostos a manter o portal em segredo porque lucram financeiramente com o negócio.

domingo, 14 de junho de 2020

THE OTHER LAMB

(THE OTHER LAMB)
EUA / Irlanda / Bélgica - 2019
Dir.: Malgorzata Szumowska



Estranhíssimo filme sobre mulheres presas em culto e dominadas por um pastor, que as divide entre esposas e filhas, o que inclui o uso de roupas vinho por umas e azuis por outras, o que colabora para a estética do filme.
No início eles estão morando e criando ovelhas em um ponto isolado em uma floresta, mas são expulsos pela polícia - fica subentendido que o arranjo não é bem aceito pela sociedade.
Selah, uma das filhas, e que nasceu lá, começa a perceber que aquilo não é o paraíso apregoado pelo pastor, e é alertada que as coisas só piorarão depois que ela menstruar.
É meio arrastado, mas esteticamente bonito e instigante em sua proposta, que termina com uma mensagem de libertação feminina.

domingo, 7 de junho de 2020

BLUE MY MIND

(BLUE MY MIND)
Suíça - 2017
Dir.: Lisa Brühlmann


Filme sobre aquela fase em que a pessoa deixa de ser adolescente, mas ainda não é adulta.
É isso o que acontece com Mia, só que a transformação que acontece com ela é bem diferente da que acontece com outras adolescentes, pois envolve uma transformação física radical.
É curioso, porque se os homens viram bestas, Mia vai virar um ser mitológico fofo, que visa simbolizar que cada pessoa é única, e uns mais que outros, vão sofrer em sua transformação.
Mia foge da padronização da idade, assim como aquele outro que se transforma em barata, mas numa idade mais tardia, e agora tem que encontrar seu lugar no mundo.
É curioso e vale a vista.

domingo, 31 de maio de 2020

SEA FEVER

(SEA FEVER)
Irlanda / EUA / Inglaterra / Suécia / Bélgica - 2019
Dir.: Neasa Hardiman


Tripulação de um pesqueiro vai para alto mar na tentativa de garantir a sobrevivência quando topam com um animal gigantesco que se agarra ao barco e eles acreditam ser uma lula.
Eles até conseguem se livrar do bicho, mas esse contamina a água da tripulação e começa uma corrida contra o tempo para se livrar da contaminação antes de desembarcar em terra, sob o risco de contaminar a população local.
Esse aqui segue a cartilha do filme de contaminação (vale para alguns de assombração também) padrão: o elenco é contaminado; alguns não levam fé até alguém morrer; seguem algumas tentativas de combater o mal; eles se desentendem e alguém sobrevive.
Ah sim, no meio da tripulação tinha um estudante de biologia marinha que vai explicar pros personagens e pro espectador o que está acontecendo, o que é meio clichê no gênero.
Não é ruim, nem inventa a roda. Só é convencional e serve como passatempo.

sábado, 23 de maio de 2020

BLOOD QUANTUM

(BLOOD QUANTUM)
Canadá - 2019
Dir.: Jeff Barnaby


Filme canadense sobre zumbis que parte de uma premissa interessante: após uma epidemia zumbi os habitantes de uma reserva indígena descobrem serem imunes ao vírus (mas obviamente podem morrer despedaçados pelos mortos vivos).
Com o mundo entrando em colapso, eles blindam sua comunidade e passam a se valer de uma espécie de preconceito ao contrário: os brancos são o perigo, e devem ser mantidos afastados.
De novidade, é só isso aí. O resto é o de sempre: gente morrendo devorada; sangue; algumas tripas e aquela divisão que sempre surge entre os sobreviventes nesse tipo de filme, mas aqui a discussão é sobre ajudar ou não os de fora da reserva.

domingo, 10 de maio de 2020

LEAVING D.C.

(LEAVING D.C.)
EUA - 2012
Dir.: Josh Criss


Mais um found footage, embora o "protagonista" não saia correndo atrás de ninguém com uma câmera na mão.
Sujeito se muda prum casarão no meio do nada, na vizinhança de uma floresta e, uma noite, acorda com um grito.
Ele consegue gravar o grito quando instala um gravador na janela e depois faz o mesmo com uma câmera, que é roubada.
A coisa se agrava quando ele descobre que alguém invadiu sua casa.
O vídeo é montado a partir dos vídeos que o sujeito envia para os amigos, que não devem ter nada pra fazer além de ver a cara do protagonista relatando o que está acontecendo e o que ele está fazendo.
Josh Criss escreveu, protagonizou e dirigiu isso aqui, que é uma bobagem, além disso, o sujeito é muito chato.

domingo, 3 de maio de 2020

ALIEN OUTBREAK

(ALIEN OUTBREAK)
Inglaterra - 2020
Dir.: Neil Rowi


Produção de sci-fi inglesa sobre 2 policiais de uma cidadezinha modorrenta que se vê às voltas com uma invasão alienígena.
Só que em vez dos aliens partirem pra uma solução Roland Emmerich, eles infectam, sabe-se lá como, os moradores.
Esses ficam doidões e saem se matando ou matando uns aos outros.
O diretor é produtor de efeitos especiais, e isso explica que os artefatos alienígenas sejam surpreendentemente bem feitos, em contraste com os ET's e seu CGI tosco e principalmente as atuações do elenco. A moça que acorda no trem deve ser alguém que passou no set e foi convidada a "interpretar".
Fosse isso, alguma agilidade na trama e um final mais "fechado", até que seria palatável.

domingo, 26 de abril de 2020

METAMORFOSES

(BYEONSHIN)
Dir.: Hong-seon Kim
Coréia - 2019


Mais um terror carola coreano.
Família se muda de casa, depois que o irmão do dono da casa, que é padre, foi acusado de matar uma moça durante um exorcismo, e a família passou a ser hostilizada.
Logo eles começam a perceber que tem algo estranho na casa: sons; cada membro da família agindo de forma estranha; a casa do vizinho que parece abrigar um culto satânico, etc.
Até que a coisa descamba quase que para uma tragédia, com os integrantes da família tentando se matar.
Aí, a solução é convocar o irmão maldito pra enfrentar o coisa ruim.
Tem sangue pra cacete; fumacinha preta saindo da boca dos possuídos; exorcizada amarrada na cama e um fim meio "O Exorcista".
Como no outro filme recentemente comentado aqui, é exagerado pra cacete, mas assistível.

domingo, 19 de abril de 2020

THE BOAT

(THE BOAT)
Malta / Inglaterra - 2018
Dir.: Winston Azzopardi


Homem sai pra pescar em um barquinho e é envolto por uma névoa.
No meio da névoa ele se depara com um iate, que parece a deriva.
Ele entra no iate e descobre que o mesmo está aparentemente vazio, mas acaba ficando preso em um dos quartos.
Segue-se então uma jornada desesperadora, preso em um barco que parece ter vontade própria, e sem conseguir contato com o exterior.
Drama de um homem só, que pela ficha técnica se deduz ser produzido e escrito por uma dupla de irmãos, e dirigido e atuado por cada um deles.
É um daqueles filmes que deixam tudo por nossa conta, pois não entrega nenhuma resposta durante seu desenrolar.
Uma curiosidade interessante.

domingo, 12 de abril de 2020

CUPID

(CUPID)
EUA - 2020
Dir.: Scorr Jeffrey


Mocinha que sofre bullying na escola resolve invocar um cupido do mal para se vingar das desafetas.
O troço, uma fantasia tosca que passaria vergonha até em festa de adolescente, toca o terror na escola, no Dia dos Namorados, com direito a flechas, garganta cortada, corações arrancados, etc.
Isso aqui é inacreditável: além da maquiagem horrível, os diálogos são primários, as atuações sofríveis, como era de se esperar, e os atores parecem meio velhos pros papéis de adolescentes.
Um prato pros fãs do quanto pior, melhor.
O diretor ainda tenta alguma coisa diferente em termos de iluminação, mas é esquisito ver um banheiro de escola com iluminação avermelhada, numa espécie de pastiche dos giallos italianos, mestres nesse tipo de artifício.

domingo, 5 de abril de 2020

A LUZ TRAZ A ESCURIDÃO

(EL DÍA TRAJO LA OSCURIDAD)
Argentina - 2013
Dir.: Martín de Salvo


Drama e horror argentino, que parece meio arrastado, mas que é bem interessante.
Virginia está em casa, no campo, numa região assolada por um surto de raiva.
O pai foi ajudar o irmão, que está com a filha, doente.
Sozinha, ela recebe a visita de Anabel, irmã da doente, e que sofre de alguma doença estranha.
Enquanto isso, os animais, e alguns moradores das redondezas, começam a aparecer brutalmente mortos.
A lentidão é justamente o problema; fosse um média metragem manteria mais o interesse.

domingo, 29 de março de 2020

O POÇO


(EL HOYO)
Espanha - 2019
Dir.: Galder Gaztelu-Urrutia


Surreal filme baseado numa premissa absurda (e angustiante): prisioneiros são mantidos em celas, uma dupla em cada, nem sempre do mesmo sexo, e a alimentação é provida através de uma plataforma localizada no meio da cela.
A alimentação vem do topo, a plataforma para por um tempo em cada andar (ou cela) para alimentar seus integrantes, que não podem estocar alimento, e segue sua viagem. Ou seja, quem está em cima come, quem está no meio come restos, quem está mais pra baixo rói os ossos, e quem está no fundo do poço passa fome.
O protagonista é Goreng, que custa a se adaptar e a entender o mecanismo - explicitamente uma representação da sociedade de qualquer país, rico ou pobre.
O filme é narrado em ritmo de pesadelo, bem dirigido por um estreante, mas que em dado momento parece ficar sem assunto, pois a estrutura do filme repete a da prisão: um lugar sem saída, aonde ou se sobrevive ao tempo de condenação, ou se pula fora, como alguns prisioneiros parecem fazer.
Mas é muito curioso e diferente das produções aonde alguém acorda num lugar, cercado de estranhos, sem saber como foi parar lá. Nesses se sabe que alguém sobrevive, aqui, não necessariamente.

domingo, 22 de março de 2020

SWALLOW

(SWALLOW)
França / EUA - 2019
Dir.: Carlo Mirabella-Davis


Hunter tem o que seria o casamento perfeito: casa bonita e marido bonito e rico.
O outro lado do paraíso: ela é a "bela, recatada e do lar" e sempre espera o marido embonecada e com o jantar feito, depois de ter cuidado da casa durante o dia. A sogra chega a dizer que ela tem sorte por ele tê-la tirado de uma vida medíocre.
Hunter engravida e surge o desejo de comer coisas pra lá de estranhas. Esqueça coisas triviais como jaca com leite ou sorvete com sal. Ela come pedras, pilhas, alfinetes, etc. até ir parar no médico e ter seu estranho hábito alimentar descoberto.
O terror aqui não é explícito, vem mais do incômodo de saber que alguém comeu uma pilha, ou o alfinete do pôster, que depois é buscado nas fezes e exposto numa prateleira como forma de um bizarro troféu.
Segue aquela linha do corpo como instrumento de terror, como "Raw" e "Thanatomorphose", mas, no fundo, é mais uma curiosidade e um drama com toques de horror.

Resultados da pesquisa

Resultados 

domingo, 15 de março de 2020

GUAI GUAI GUAI GUAIWU!

(GUAI GUAI GUAI GUAIWU!)
Taiwan - 2017
Dir.: Giddens Ko


Grupo de estudantes encontra uma dupla de seres que se alimentam de carne humana vivendo em uma região pra lá de degradada de Taiwan.
Eles raptam uma das criaturas e a mantém presa, submetendo a coitada a todo tipo de torturas.
Só que o outro ser está decidido a resgatar seu par.
Agitado terror taiwanês que só erra ao tentar incluir humor numa trama que prescinde completamente disso.
Fica estranho ver uma carnificina em cena temperada com humor tipo "American Pie".

domingo, 8 de março de 2020

ANTRUM: THE DEADLIEST MOVIE EVER MADE

(ANTRUM: THE DEADLIEST MOVIE EVER MADE)
Canadá - 2018
Dir.: David Amito / Michael Laicini


Documentário de mentirinha sobre um filme, Antrum, produzido na década de 70, e que se tornou maldito devido às mortes, ou acontecimentos dramáticos, envolvendo quem o assisitiu.
O filme causou incêndios, loucura coletiva e até uma morte por um peixe raro.
Pois é.
O tal filme dentro do filme nada tem demais, e ainda fica a dúvida se precisava de dois sujeitos pra dirigir isso.
Como nem tudo é tão ruim, a figura do capeta que é adorado por dois malucos (que deveriam ser melhor explorados) é interessante, assim como o destino da oferenda ao demônio.
Mais é muito pouco.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

THE 16th EPISODE

(THE 16th EPISODE)
EUA - 2019
Dir.: Jérôme Cohen-Olivar


Também conhecido como "Little Horror Movie", coisa que nem faz diferença, porque é beeeem ruinzinho.
Trio que produz documentários viaja para Casablanca, no Marrocos, para retratar a cultura os costumes locais.
Depois de fazerem amizade com um guia turístico eles são convidados para um casamento e se vêem no meio de um segredo sinistro.
Tem umas cenas de estilo found footage, que é constante citado pelos personagens, seja por um deles querer fazer um filme do gênero, seja por outro que considera o estilo morto.
Assim como o título, a discussão não faz diferença pra trama, que é tosca, sem sentido, parece que têm mais furos do que lógica, porque às vezes nem se entende aonde os personagens estão ou como foram parar ali. Sem falar no vilão que decide continuar com o projeto do trio, por ser fã de cinema.
Uma tortura de se assistir.
Como curiosidade, a trama começa com a equipe de filmagem sendo assaltada numa favela brasileira, sendo que eles quase foram mortos três vezes aqui na terrinha.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

ATLANTIQUE

(ATLANTIQUE)
Senegal / França / Bégica - 2019
Dir.: Mati Diop


Drama com toques de horror, numa mistura rara vido da África.
A linha de fundo do filme é a crise social, a miséria e a falta de perspectiva da população local: Ada ama Souleiman, mas é prometida em casamento a Omar, que vive na Itália (ela tem inclusive que se submeter a um exame de virgindade, a pedido da família do noivo).
Souleiman é empregado da construção civil, e está a 3 meses sem receber o salário, pois o patrão supostamente faliu.
Desesperados com a falta de emprego, ele e outros amigos decidem embarcar numa viagem de barco rumo a Espanha, de final não muito feliz, mas que dá a Souleiman a oportunidade de receber o que lhe é devido.
Interessante, por acrescentar realismo fantástico e horror a narrativa aonde a própria realidade aparenta ser um horror.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

SAJA

(SAJA)
Coréia - 2019
Dir.: Joo-hwan Kim


Yong-hoo perdeu a fé quando o pai morreu (eles eram católicos, praticamente ratazanas de sacristia).
Anos depois o sujeito é lutador de MMA quando percebe o surgimento de estigmas em suas mãos, além de experimentar estranhas sensações durante o sono e ouvir a própria voz.
Ele procura uma xamã que lhe diz pra procurar um padre e acidentalmente ele topa com um exorcista, que acredita existir um culto satânico em Seul, que é tramada em uma boate modernosa.
Terror histérico que é quase pra rir, principalmente nas sequências da menina possuída e quando nosso herói enfrenta um grupo de possuídos no tapa.
Mas é divertido e nem se percebem suas quase duas horas.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

SEKLUSYON

(SEKLUSYON)
Filipinas - 2019
Dir.: Erik Matti


Padre viaja para um mosteiro para investigar um fato do passado, quando uma menina surgiu em uma aldeia próxima realizando milagres e perturbando a rotina dos noviços de um mosteiro próximo, que se encontravam em isolamento, eu seu momento final para se tornarem padres.
A dúvida é: a menina realmente realiza milagres à mando de Deus ou do Diabo?
Filme filipino bem produzido e interessante sobre a fé católica, algo raro no terror ocidental.

domingo, 5 de janeiro de 2020

OS CAMPOS BRANCOS

(KESHTZAR HAYE SEPID)
Irã - 2009
Dir.: Mohammad Rasoulof


Drama iraniano passado num lugar fictício, de águas altamente salobras aonde as ilhas sequer tem vegetação.
Rahmat vaga por essas ilhas num barco recolhendo as lágrimas das pessoas - porque elas fornecem as lágrimas não sabemos, mas só no fim sabemos o destino do material.
Nesses lugares ele vai topar com estranhos rituais, talvez baseados em costumes da cultura local, ou simplesmente alguma fantasia da cabeça do diretor.
Tem o anão que tem que descer ao fundo de um poço com inúmeros vidros presos ao corpo - dentro destes estão segredos, angústias, desabafos do moradores locais - e deixá-los lá, numa espécie de ritual de purificação.
Tem a moça obrigada a casar com o mar para mediar uma trégua entre esse e o céu e assim chover, ou o coitado torturado porque pintou o mar de vermelho num quadro, e é motivo de incômodo para os locais.
E ainda o sujeito que mora numa ilha mínima, apenas com um cachorro - um prisioneiro deixado lá por um crime que não sabemos qual é.
Estranho, mas muito bonito em sua simplicidade e fotografia de um lugar de paisagens surreais. Destaque também para a música. 
A moral do filme? Nossas lágrimas apenas servem para alimentar a futilidade alheia.