sábado, 28 de julho de 2012

IMAGO MORTIS

(IMAGO MORTIS)
Itália - 2009
Dir.: Stefano Bossoni


O filme começa com uma mulher sendo morta com um instrumento meio "Jogos Mortais", depois dá um salto no tempo e mostra um estudante de escola de cinema que começa a ter visões com um fantasma que parece querer lhe mostrar algo.
Lá pelas tantas, o fantasma aparece num filme, passado em uma caverna. Aí Bruno, o estudante, consegue identificar a caverna, vai até lá e encontra o objeto da morte do começo do filme. Ele descobre que a traquitana era uma câmera fotográfica primitiva que, acreditem, registrava a última imagem vista pela pessoa antes de morrer, gravada em sua retina.
Segue-se então um filme confuso, com o fantasma aparecendo pra lá e pra cá, o óbvio descrédito frente a amigos e professores e depois a descoberta de conspiração para manter a máquina em uso, a base de muitas vítimas, lógico.
Em baixa atualmente, o cinema de terror italiano não parece dar mostras de que vai retornar ao sucesso tão cedo. A produção é até legalzinha, mas o filme é muito fraco.
Quem trabalha aqui é Geraldine Chaplin, que além de ser filha do famoso Charles, tem carreira sólida no cinema e rouba as poucas cenas em que aparece.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

CARMILLA, A VAMPIRA DE KARSTEIN

(THE VAMPIRE LOVERS)
Inglaterra / EUA - 1970
Dir.: Roy Ward Baker


Vampira caça moçoilas virgens para saciar sua sede de sangue.
Carmilla é uma personagem criada pelo irlandês Sheridan Le Fanu, anterior ao Drácula de Bram Stoker e deve ter sido uma tentiva de dar uma mexida nos filmes de vampiros que fizeram a Hammer famosa. Como a época era mais liberal, tem muita insinuação de lesbianismo e seios a mostra. Até convocaram Peter Cushing para o filme, num papel pequeno, de pai de uma das vítimas.
A produção é boa, como de hábito, conta com Ingrid Pitt, beldade polonesa vista em alguns filmes da produtora e Baker na direção, que no mesmo ano dirigiu Christopher Lee em "Scars Of Dracula". Mas parece faltar alguma coisa, principalmente porque a trama é muito parecida com os filmes protagonizados por Lee, com a vampira tentando cooptar as moças e seus parentes tentando mantê-las longe dos dentes, mãos e seios da chupasangue. Poderiam também ter escalado um ator com mais presença para o papel do vampiro (não fica claro se é Drácula), já que o ator que o interpreta não tem o mínimo carisma.

sábado, 21 de julho de 2012

ELES VOLTARAM

(LES REVENANTS)
França -2004
Dir.: Robin Campillo


Sem mais nem menos 70 milhões de pessoas, mortas nos últimos 10 anos, voltam à vida na França, sendo a maioria com idade superior a 60 anos.
Surgem então vários problemas: previdência, emprego, moradia para todos eles, e recebê-los de volta em casa, sendo que alguns não conseguem localizar nenhum parente ainda vivo.
Além disso, os redivivos tem a temperatura mais baixa, são mais lentos, meio deslocados da realidade e tem o hábito de vagar sem destino incerto.
Fantasia que foge do modelo morto-vivo faminto. Não há qualquer cena de gore: os mortos simplesmente voltam a vida; não é mostrado ninguém caindo aos pedaços, coberto de terra, ou momentos de horror entre os vivos - alguns até se mostram felizes com a volta de filhos ou conjuges mortos, que nunca são tratados como zumbis, e alguns até são aceitos de volta em seus antigos empregos.
A direção é competente em se tratando de tema tão absurdo: há um clima de tensão constante (talvez porque esperemos que mortos vivos sejam sempre agressivos) e o final aberto deixa mais suspense no ar.
Mas, no fundo, a trama é absurda e o filme só vale pela curiosidade.

sábado, 14 de julho de 2012

MULHERES PROFANAS

(KOWAI ONNA)
Japão - 2006
Dir.: Keita Amemiya / Takuji Suzuki / Keisuke Toyoshima


Mais um terror nipônico em episódios, protagonizado por mulheres:
Mulher sofre um estranho acidente e quando chega em casa é perseguida por outra (de cabelos negros e lisos, claro), que ela acredita ser a ex de seu namorado.
Depois de algumas esquisitices ela descobre sobre a esquisitice que lhe aconteceu, e o episódio se encerra de forma esquisita.
Se o J. Terror é sinônimo de esquisitice, esse episódio é um bom exemplo disso e só poderia ter sido visto em um filme japonês: Sekiguchi trabalha em uma oficina mecânica, e um dia seu patrão lhe mostra uma foto da irmã e diz ao empregado para pegar um carro emprestado e levá-la para sair. Ao chegar na casa do patrão, surpresa: a garota usa um saco que lhe cobre da cabeça até a cintura; aparentemente não tem braços; não fala, só emite sons estranhos e apenas as pernas ficam de fora.
Meio assustado, ele sai com a mulher mesmo assim (ainda que logo fique claro que o que há embaixo do saco está longe de ser humano) e tem início, então, uma estranha história de amor, meio masoquista de ambas as partes.
A última história mostra a divorciada Saeko voltando para a casa da mãe, contra a vontade desta, com o filho Michio a tiracolo. Logo de cara o garoto vê um fantasma, que parece ser de um tio desaparecido anos antes, ainda criança, e sua mãe começa a ter atitudes estranhas e perigosas.
Escrita por Takashi Shimizu, de "O Grito" e "Marebito", é a velha trama de espíritos do mau se aproveitando da fraqueza dos vivos.
Os três segmentos são bem dirigidos, mas o primeiro e o último passariam batidos, por não apresentarem nada de muito novo. À exceção é segundo, com sua absurda e surreal trama.
O filme também começa com uma sequência de imagens de extrema violência e puro gore, que não tem qualquer relação com o três episódios.
Bacana o poster.

domingo, 8 de julho de 2012

ASSOMBRAÇÃO

(GWAI WIK)
Hong Kong / Tailândia - 2006
Dir.: Oxide Pang Chun / Danny Pang


Escritora às voltas com seu novo livro começa a desconfiar que está tendo contato com fastamas, e um estranho acontecimento vai levá-la para um outro mundo.
Começa meio arrastado e termina meio confuso, mas o que importa mesmo é o meio: a dupla de irmãos que se apresenta como "Pang Brothers" apresenta um espetáculo de imagens e efeitos incríveis, quando a escritora viaja para um outro mundo.
Um bairro decadente, aparentemente abandonado e caindo aos pedaços incrivelmente realista. Depois um mundo de brinquedos gigantes e uma ótima passagem aonde a protagonista tem que enfrentar um bando de espíritos que lhe barram o caminho.
Como é hábito na filmografia de ambos, música, fotografia e técnica são impecáveis; só faltou investir mais na trama. Mas isso acaba sendo um mero detalhe frente às belas e inventivas imagens apresentadas.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

OS OLHOS DE JULIA

(LOS OJOS DE JULIA)
Espanha -2010
Dir.: Guillem Morales


Sara e Julia são gêmeas e tem em comum uma doença degenerativa na vista, que lhes causará cegueira. A única esperança é um transplante, mas o sucesso não é garantido.
Quando Sara se suicida a irmã não acredita na versão oficial (na verdade ela foi levada ao suicídio, não é spoiler), e resolve investigar o que aconteceu. Julia descobre que a morta frequentava um instituto para cegos e que teria um namorado, alguém definido por outra personagem como um homem invísivel: alguém sem brilho próprio, tão inexpressivo a ponto de não ser notado nos lugares que frequentavam juntos.
Quando inicia a investigação, Julia é ameaçada pelo tal homem; tem a casa invadida; é seguida e precisa correr contra o tempo, porque o estresse é determinante para o agravamento de sua cegueira, que está em estágio progressivo.
Morales é diretor de "Habitante Incerto" e aqui parece repetir os mesmos temas de seu filme anterior: um homem que precisa se esgueirar, se tornar "invisível", e que fica obcecado por uma mulher com algum tipo de deficiência. E ainda tem aquele mesmo esquema de fazer 2 personagens brincarem de gato e rato em uma casa, como no outro filme.
Não é ruim, mas é longo, talvez soe um tanto inverossímel em alguns momentos e pra quem viu o anterior, fica parecendo a mesma história contada de forma diferente.