terça-feira, 20 de julho de 2010

O MESTRE DAS TREVAS

(EKO EKO AZARAK)
Japão - 1995
Dir.: Shimako Sato


Misa Kuroi chega a uma nova escola, e logo descobre que os alunos estão sendo vítimas de magia negra. Na verdade, há uma bruxa que apenas espera a chegada de Misa para promover uma série de sacrifícios e conjurar Lúcifer. Para isso ela tranca um grupo de alunos na escola, que ficam andando para lá e para cá, tentando escapar, enquanto morrem um por um.
Um fiapo de roteiro e algum gore e só. Como destaque, algumas cenas de lesbianismo bem ousadinhas (é raro aparecerem seios em filmes japas, mas aqui aparecem). Teve mais 3 continuações.
Eko Eko Azarak é parte de um encantamento Wica.

domingo, 18 de julho de 2010

A MESA DE JANTAR DE NORIKO


(NORIKO NO SHOKUTAKO)
Japão - 2005

Dir.: Sion Sono


Continuação e prequel de "O Clube Do Suicídio".
O filme foca na Noriko do título, adolescente vivendo em uma cidade pequena que sonha em ir para Tóquio estudar, mas o pai a impede, citando o exemplo de 2 primas que seguiram tal caminho e voltaram grávidas.
Mas a garota é decidida: após fazer amigas na internet ela faz as malas e se aproveitando de um apagão em casa, se manda para Tóquio, para encontrar as amigas e realizar seus sonhos. Tempos depois, é sua irmã Yuka que faz a mesma coisa.
Em Tóquio ela encontra uma de suas amigas virtuais e descobre como a moça sobrevive: através de um negócio de aluguel de famílias para pessoas solitárias.
Em meio a tudo isso o pai das moças começa a investigar seu paradeiro, acredita que elas se envolveram no tal Clube do Suicídio e acaba reavaliando sua relação com as filhas e a segunda mulher, que dá cabo de sua vida aparentemente por não suportar a tirania familiar.
Os fatos do filme anterior são apenas citados aqui, e não são determinantes dos acontecimentos. Até há cenas em flashback, mas a relação é só a de que algumas meninas do círculo de Noriko se mataram nos misteriosos suicídios. Não há nenhuma novidade sobre o tema e nem a banda adolescente do filme anterior é citada aqui.
No mais, é um drama com baixo nível de violência, que tenta explorar a indiferença e as rígidas regras sociais e familiares que regem a sociedade japonesa.
É lento, longo demais (160 minutos) e não parece chegar a lugar algum. Foi premiado em diversos festivais, mas dá um tremendo sono, e nem o final catártico regado a violência em off consegue interessar.

sábado, 17 de julho de 2010

POR AMOR E PELA MORTE

(DELLAMORTE DELLAMORE)
Itália - 1994
Dir.: Michele Soavi


Francesco Dellamorte (Rupert Everett, antes da fama) é zelador de uma pequena cidade italiana. Um dia ele descobre que 7 dias depois de enterrados, os mortos do cemitério voltam a vida, e cabe a ele e seu retardado assistente dar cabo dos mortos-vivos (da maneira tradicional nos filmes do gênero).
Soavi foi assistente de Lucio Fulci e Dario Argento, e aprendeu bem o metiê. Fez um filme bonito plasticamente, que mistura romance (Dellamorte se apaixona pela viúva de um dos mortos, mas ela também bate as botas e depois ele passa a vê-la em diferentes mulheres), terror e comédia de humor negro.
O filme é tecnicamente impecável, tem boa maquiagem e uma direção muito inventiva nos enquadramentos de câmera. É considerado dos melhores filmes de terror italiano (um "gênero" cambaleante) dos últimos tempos, e até se perdoa bobagens como uma cabeça que anda e pula não se sabe como...
Fora isso, tem ótimas cenas, como na transa entre o zelador e a viúva no cemitério iluminada por fogo fátuo; o morto que foi enterrado com a moto e que volta a vida quase um "Tetsuo"; o namoro do retardado assistente de coveiro com a cabeça voadora; além dos belos cenários utilizados.

O CLUBE DO SUICÍDIO

(JISATSU SAAKURU)
Japão - 2001
Dir.: Sion Sono


54 alegres estudantes japonesas chegam a uma estação de trem de Tóquio, devidamente vestidas com seu tradicional uniforme-fetiche, contam até 3 e se jogam na frente do trem que chega à estação. Algumas até sorriem. Segue-se então um banho de sangue (meio alaranjado) e a pergunta: por que?
À partir daí novos suicídios acontecem, mas nem todos relacionados aos da estação. Esses tem uma característica: um rolo formado por pele dos suicidas é sempre deixado próximo aos locais dos suicídios coletivos.
Polêmico filme japonês que versa sobre o culto ao suicídio, que no Japão é visto como algo libertador.
O filme nunca deixa claro o que está por trás dos suicídios em massa; são sempre perpetrados por jovens, a maioria meninas, e aparentemente estão ligados a música de uma banda adolescente, Dessart, de música pop, com letras estranhamente ligadas a morte.
Tem gore ao extremo, com cabeças explodindo sob as rodas do trem e pedaços de corpos pra todo lado, sem falar no sangue abundante.
O diretor que era realizador de filmes pornôs gays teve a idéia para o filme após o suicídio de um amigo. O roteiro é um tanto confuso, tem uns personagens que não tem função no filme, como a enfermeira e o segurança do hospital, mas ainda assim rende um filme perturbador, que lança pistas falsas como uma banda de rock que se aproveita do momento para se promover, e um site que é atualizado antes das mortes, sempre prevendo quantas ainda virão. O significado do rolo de pele humana (uma cena mostra a forma bizarra como a pele é extraída) nunca é explicado - talvez simbolize a ligação entre os suicidas.
Um filme incômodo, não destinado aos de estômago fraco. Teve uma continuação: "Noriko No Shokutaku", e também é conhecido como "O Pacto".

sábado, 10 de julho de 2010

O GRITO 3

(THE GRUDGE 3)
EUA - 2009
Dir.: Toby Wilkins


Lisa e Max vivem no prédio aonde aconteceram as mortes do filme anterior (o primeiro se passava no Japão; no segundo a maldição viajou à Chicago) e cuidam da irmã menor, sendo ele o responsável pelo prédio, quase vazio e alvo da imprensa interessada no que aconteceu por lá.
Em Tóquio, a irmã de Kayako, Naoko, decide viajar para Chicago disposta a acabar com a maldição da maninha mais famosa.
Terceiro filme baseado no original japonês que não acrescenta muita coisa à franquia (como sempre, aliás). Aqui usaram bem mais sangue artificial; tem uma cena chupada de "O Chamado", aonde um fantasma sai de um quadro; Toshio (aqui bem maior que nos filmes anteriores) tem umas cenas dignas de fantasminha camarada; e ainda tem um certo ar de "O Iluminado" em uma sequência.
É a cara do cinema de terror americano atual, que vive de refilmagens e idéias reaproveitadas. Nem parece que o diretor foi o responsável pelo ótimo "Espinhos"

segunda-feira, 5 de julho de 2010

UMA CHAMADA PERDIDA: FINAL

(CHAKUSHIN ARI: FINAL)
Japão - 2006
Dir.: Manabu Asou


Terceiro e felizmente último filme da franquia.
Grupo de jovens viaja à Coréia (a do Sul, óbvio) para comemorar a formatura. Enquanto isso, uma colega de turma deles agoniza em coma, devido à tentativa de suicídio causada pelo bullying que sofria na escola.
No limbo, ela se associa a Mimiko (uma Sadako de segunda) e começa uma sequência de mortes como nos filmes anteriores, com a diferença que aqui Mimiko e sua associada dão apenas poucos minutos, e não 3 dias como antes.
Além dessa diferença, o resto é convencional, e nada acrescenta a série; parece uma produção meio apressada, sem o cuidado das anteriores.
Não tem nada que mereça registro, e ainda é longo e arrastado.

domingo, 4 de julho de 2010

CONDESSA DE SANGUE

(BATHORY)
Eslováquia / República Tcheca / Inglaterra / Hungria - 2008
Dir.: Juraj Jakubisko


Erzsébet (ou Elizabeth) Báthory é uma controvertida figura da história húngara. Se casou aos 11 anos com o Conde Ferencz Nádasdy, um militar que ficava longos períodos fora de casa, envolvido em batalhas, principalmente contra os turcos.
Devido a essa ausência do marido, ela se tornou a responsável pela manutenção do castelo aonde vivia, e da necessidade de disciplinar um batalhão de empregados, mais as doenças que a assolaram na infância, teria surgido o sadismo que a tornou famosa. Segundo a lenda, ela teria matado 650 mulheres, todas registradas em seu diário, com sua letra, e comumente tomava banhos de sangue de virgens para manter a beleza, orientada por Darvulia, uma feiticeira que se torna sua guia espiritual.
Após a morte do marido ela, literalmente, precisa lutar para sobreviver e manter os bens da família, principalmente quando o Conde Thurzo, apaixonado por ela, ambiciona lhe tomar as terras que herdara.
É Thurzo que a denuncia e termina por provocar seu confinamento em um quarto de um de seus castelos, com apenas uma abertura para passagem de comida, aonde ele viveu 3 anos até a morte.
O filme toma partido de Erzsébet, que é mostrada como alguém capaz de punir seus empregados com violência sim, mas que nada mais é que alguém fruto de uma época, aonde empregados, escravos e presos de guerra eram menos que nada (a série The Tudors mostra um Rei Henrique VIII muito pior que Báthory, e nem por isso ganhou fama de vampiro, ou algo parecido). Seu julgamento, por exemplo, foi questionado visto não haver testemunhos de nobres, apenas da plebe, o que mostra a noção de justiça da época. Seus ataques de loucura, que incluem a morte de uma empregada mais parecem efeitos das drogas que Darvulia lhe prescrevia do que mera crueldade.
Segundo a Wikipédia, a condessa teve outra guia espiritual após a morte de Darvulia, mas o filme deixa de lado esse fato.
Não é um filme de terror, mas sim um drama muito bem produzido com boa fotografia, cenários (foram usados 13 castelos e 23 mansões nas filmagens) e cenografia. Tudo isso evidencia uma certa falta de carisma da protagonista Anna Friel.
De negativo, um encontro com o pintor Caravaggio, que a História ignora, além de um padre (com ares de professor pardal) e um noviço que desejavam denunciar a condessa, mas que sem qualquer explicação mudam de lado.
Mas é um filme bem legal, que a direção torna interessante e que flui bem, em seus mais de 120 minutos de duração.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

MACABRO

(MACABRO)
Itália - 1980
Dir.: Lamberto Bava


Após a morte do marido e do filho ocorridas no mesmo dia, Jane passa uma temporada em um hospício e quando sai ela deixa o marido e vai morar na casa de cômodos aonde se encontrava as escondidas com o morto, tornando-se objeto do cego que mora no lugar.
Ela tenta recuperar a sanidade, mesmo as voltas com um segredo macabro escondido no congelador da geladeira. O problema é que a filha foi a responsável pela morte do irmão, e é uma adolescente cruel e um verdadeiro projeto de psicopata, pronta para infernizar a vida da mãe.
Bava é filho de outro Bava, Mario, notório cineasta italiano, e foi assistente do pai em diversos filmes, além de ter assessorado outro italiano de fama no gênero: Dario Argento. Ou seja, não lhe faltaram professores.
Esse aqui é sua estréia nas telas grandes. Foge do gênero giallo, já que logo de cara se conhece a assassina, e o foco fica mais no psicológico, com um toque de necrofilia. É econômico no sangue, e ainda cede ao terror puro na última cena. Tem boa fotografia, que usa bem o vermelho, e é interessante com sua trama supostamente baseada em fatos reais.