domingo, 16 de dezembro de 2018

THE DEVIL'S CANDY

(THE DEVIL'S CANDY)
EUA - 2015
Dir.: Sean Byrne


Horror do mesmo diretor do melhor "The Loved Ones".
Não que esse seja ruim de forma alguma, mas parece faltar alguma coisa no roteiro.
Família - pai, mãe e filha adolescentes - de metaleiros se muda para uma casa que eles não sabem ter sido palco de brutais assassinatos no passado.
Logo o pai, que tenta ganhar a vida como pintor, começa a ouvir estranhos sussurros e à partir daí seu comportamento muda e suas pinturas se tornam mais sombrias.
Paralelamente a isso, o antigo morador, que matou os pais, planeja voltar para o antigo lar. Ou seja, o cara tem que lidar com dois perigos: um desse, outro do outro mundo.
Byrne volta a lidar com a relação pai e filha - a mãe é quase uma figurante. Só que aqui o pai tem que salvar a filha do mal, enquanto no outro filme ele a acobertava em sua loucura.
Byrne tem uma maneira de filmar bem original: seus ângulos parecem ser sempre os mais improváveis; sua direção de atores faz com que esses atuem de forma meio desesperada e aparentem não ter nem tomado banho antes de entrar em cena; além de uma fotografia que valoriza o clima que o filme busca.

domingo, 9 de dezembro de 2018

TUMBBAD

(TUMBBAD)
Índia - 2018
Dir.: Rahi Anil Barve / Anand Gandhi / Adesh Prasad


Interessante filme indiano sobre um sujeito ganancioso que descobre uma forma de roubar o ouro de Hastar, um dos milhões de filhos da Deusa da Prosperidade, que exatamente por sua ganância foi banido de volta pro ventre da mãe.
Hastar conseguiu roubar ouro, mas não alimento, e por isso vive em um inferno em estado de eterna fome, se alimentando de tudo e todos que chegam perto dele.
Se o cinema indiano é meio histérico, esse aqui consegue se equilibrar bem, com uma história linear, compreensível, além de ótimas fotografias e interpretações.
O fato de se passar no interior, e em um período anterior e logo após a independência indiana, favorece sua história, justamente pela ambientação em lugares decadentes e diferentes da Índia urbana que Bollywood tenta vender.

domingo, 2 de dezembro de 2018

MISUMISÔ

(MISUMISÔ)
Dir.: Eisuke Naitô
Japão - 2018


Japanesinhas dividiam o sushi, mas quando uma delas, Nozaki, se aproxima de um menino, Taeko, a outra japonesinha, instiga os colegas a realizarem bullying contra a coitada.
Numa dessas a família de Nozaki é morta e ela se volta contra os coleguinhas.
É baseado em um mangá, e também é sangrento, exagerado, meio implausível em certos momentos, mas deve agradar quem curte tal tipo de cinema.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

HAGAZUSSA

(HAGAZUSSA)
Alemanha / Áustria - 2017
Dir.: Lukas Feigelfeld



Drama e horror passados em uma aldeia alemã do século XV aonde Albrun, depois de ficar órfã ainda criança, é agora uma mãe solteira às voltas com algo sinistro que parece rondá-la.
Terror e paranóia na Europa do Século XV, segundo o IMDB.
Filme praticamente sem diálogos, que toca em temas vistos em "A Bruxa".
É sombrio e mais voltado para o público que não se assusta só com jumpscares e porn torture.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

UTOYA.22.JULI

(UTOYA.22.JULI)
Dir.: Erik Poppe
Noruega - 2018


Drama baseado no bárbaro massacre de 77 jovens, alguns adolescentes, outros, mal saídos da adolescência, que se encontravam acampados em uma ilha, em um congresso de um partido político.
O sujeito acreditava que a Noruega poderia ser um novo Brasil, caso continuasse permitindo a miscigenação racial.
Não é um filme de terror, mas o tensão e o desespero dos jovens, que por não saberem de onde vinham os tiros - os ecos dos disparos pareciam sugerir ser mais de um atirador - causam angústia, empatia e o questionamento de porquê alguém ser tão covarde a ponto de massacrar jovens inocentes, que se reuniam pacificamente e completamente indefesos.
Em termos cinematográficos, a de se destacar o filme ser um plano sequência, filmado com uma câmera, que acompanha um pequeno grupo de jovens no desespero da fuga.

domingo, 28 de outubro de 2018

MANDY

(MANDY)
Dir.: Panos Cosmatos
EUA / Bélgica / Inglaterra - 2018


Red (Nicholas Cage) e Mandy vivem uma vida tranquila, até ela ser sequestrada e barbaramente assassinada por um grupo de fanáticos liderados por Jeremiah Sand (Linus Roach, de "Vikings", ótimo).
Red então embarca em uma sangrenta caçada aos algozes da esposa.
Com toques de sobrenatural - apresenta criaturas que poderiam ter saído diretamente de "Hellraiser" mas que não se mostram invencíveis, assim como não se explica sua origem.
Deve ser o filme de vingança mais sangrento dos últimos anos.
A trama pode parecer banal, mas seu diretor não é.
O filme usa e abusa de cenas meio lisérgicas, divagações, muito vermelho na fotografia, sangue pra todo lado - Cage passa a parte final do filme praticamente "pintado" de sangue e as 2 horas do filme não cansam.
Cosmatos é diretor do igualmente fascinante "Arco Íris Negro", muito mais hermético do que esse e é um cara a ser observar atentamente.

domingo, 14 de outubro de 2018

THE CRESCENT

(THE CRESCENT)
Dir.: Seth A. Smith
Canadá - 2017


Produção meio genérica sobre uma mulher que perde o marido e se muda para uma temporada na antiga casa da mãe, em um cidade pequena e litorânea.
Só que o lugar esconde um segredo e seu filho passa a ser alvo de uma conspiração.
É tão corriqueiro, que tem até aquelas pessoas que nos filmes alertam os protagonistas para terem cuidado.
Nada demais nessa produção barata.

sábado, 6 de outubro de 2018

ATERRADOS

(ATERRADOS)
Argentina - 2017
Dir.: Demián Rugna


Estranho filme argentino sobre uma casa assombrada, que é palco de uma morte violenta.
A polícia tem certeza que o marido não matou a mulher, mas não desconfia quem foi e entra em cena uma equipe que investiga eventos paranormais.
A explicação é a existência de seres que habitam outras dimensões e que invadem a nossa, formando ninhos e atacando os que vivem na nossa realidade.
Tem pelo menos uma sequência muito interessante, sobre um menino morto que volta ou é levado para a casa aonde viveu e que assusta mesmo que não mexa um músculo na maior parte do tempo - merecia até uma participação maior na trama.
Talvez falte um pouquinho pra ser ótimo, mas é muito curioso em sua proposta.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

CARGO

(CARGO)
Austrália - 2017
Dir.: Ben Howling / Yolanda Ramke


Drama de horror que é a extensão de um curta metragem.
Fugindo de uma epidemia, Andy (Martin Freeman, de "Fargo"), Kay e a filha de colo se arriscam em um barco num rio.
Mas algo dá errado e ela é mordida.
Não é spoiler, mas ele também é e tem 48 horas pra encontrar alguém para cuidar da filha, pois estão em uma área rural do país.
A exemplo de "Walking Dead", tem um pé no drama e outro no terror, aonde o apocalipse libera o pior do ser humano e este se mostra infinitas vezes mais cruel e sem compaixão que qualquer outra coisa não humana.
É um filme bacana, sobre alguém no limite e cuja única preocupação é salvar sua família, e não fundar uma nova ordem mundial, ou combater uma epidemia, ou tentar se salvar na base do heroísmo.
Interessante também, embora meio bizarro, os diretores apresentarem zumbis remelentos, que hibernam quando não tem o quê comer (essa idéia foi vista de forma semelhante em "World War Z".

domingo, 23 de setembro de 2018

REALIVE

(REALIVE)
Bélgica / Espanha / França - 2018
Dir.: Mateo Gil


Drama e sci-fi sobre um homem a beira da morte que tem seu corpo congelado e reanimado décadas depois.
Só que as coisas não saem exatamente como o esperado, sua autonomia é relativa e suas referências do passado já se foram, e ele agora tem que encarar um mundo novo para o qual ele não estava preparado, o que inclui a ausência do seu amor de uma vida que ficou num passado distante.
Além disso, a equipe que o ressuscita o vê menos como um humano desorientado e sem referências do que como um experimento valioso, caro demais para que seja descartado num mundo aonde a decadência do corpo pela velhice já foi superada, restando apenas superar a morte.
É mais um drama sobre identidade do que uma ficção propriamente dita, mas é curioso e faz pensar se é necessário manter a vida a qualquer custo.

domingo, 16 de setembro de 2018

WITHOUT NAME

(WITHOUT NAME)
Irlanda - 2016
Dir.: Lorcan Finnegan


Filme estranho sobre um topógrafo que vai trabalhar em uma floresta tida por assombrada - seria um "campo de fadas", alguma lenda irlandesa.
Ele se instala na cabana do antigo topógrafo, que estava fazendo uma pesquisa bizarra em que afirmava que as árvores se comunicam através dos galhos e que acabou por se matar.
Logo ele começa a ter visões e ouvir sons enquanto mergulha nos experimentos de seu antecessor.
É meio lendo, daquele tipo que confunde mais do que explica, mas é curioso.

domingo, 9 de setembro de 2018

QUEEN OF BLOOD

(QUEEN OF BLOOD)
Dir.: Curtis Harrington
EUA - 1966


A trama é basicamente do filme postado aí embaixo, com a diferença de que a ET encontrada é do mal: uma espécie de vampira que é levada para a nave terráquea para ser levada para a Terra.
A tosqueira é ter uma alienígena solta em uma nave espacial, mesmo depois que se percebem os maus bofes da dita cuja.
A cara de pau de quem "fez" esse filme é ter usado as cenas de outro filme sem dar crédito - não pode nem ser considerado um remake, é uma remontagem com cenas adicionais e final diferente.
Prefira o original.

domingo, 2 de setembro de 2018

MECHTE NAVSTRECHU

(MECHTE NAVSTRECHU)
URSS - 1963
Dir.: Mikhail Karzhukov & Otar Koberidze



Nave espacial se aproxima da Terra após descobrirem nossa existência por causa dos sinais de radio emitidos ao longo dos anos.
Só que a nave cai em Marte e a Terra se mobiliza para resgatar os ET's.
Ficção científica da URSS que é diferente de seus congêneres americanos por tratar com otimismo o encontro com os alienígenas, e também com certa solidariedade, pois os terráqueos se dispõem a construir uma nave para resgatar os sobreviventes, e, talvez aí esteja a propaganda soviética, pois o cientista cético do filme tem nome em inglês, provavelmente em referência aos filmes que retratavam a "ameaça vermelha" como "Vampiros de Almas".
É um pouco ingênuo em seu otimismo excessivo e tem até musiquinha cantando os feitos dos astronautas. Em termos de efeitos, concepção visual das naves e da estética dos trajes em geral não fica a nada a dever aos by USA, como se pode ler no parágrafo abaixo.
A produtora de Roger Corman comprou o filme, reeditou e incluiu cenas adicionais com John Saxon e Dennis Hopper, em começo de carreira, além de uma atriz pintada de verde como uma vampira alienígena e lançou como "Queen of Blood", mantendo basicamente o mesmo roteiro mas com a inclusão de elementos de ameaça à Terra, como pedia o cinema da época.
O resultado ficou bem discutível...