SYVÄLLE SALATTU

(SYVÄLLE SALATTU)
Finlândia - 2009
Dir.: Joona Tena

Julia se muda para a pequena cidade aonde nasceu para trabalhar como advogada de um grupo que defende um lago local, levando junto o filho pequeno e o cachorro.

A casa aonde se ela instala não está em boas condições e não demora para acontecerem fatos estranhos, como uma, aparentemente, invasão.

Depois de um acidente, e de descobrir alguns detalhes do passado de sua família, ela passa a suspeitar que seu pai deseja usar seu filho em um ritual de sacrifício.

A história é meio batida e usa uma lenda finlandesa - sobre um dono de moinho que sacrifica o filho para um espírito que viveria no lago, e assim ficaria rico - em um enredo que no final se mostra meio confuso, aonde as personagens tomam atitudes meio incompreensíveis.

FRANKENSTEIN - O MONSTRO DAS TREVAS

(FRANKENSTEIN UNBOUND)
EUA - 1990
Dir.: Roger Corman

Cientista (John Hurt, coitado) trabalha em uma nova arma capaz de desintegrar qualquer coisa quando algo dá errado e abre uma brecha no tempo. A tal brecha o leva à 1817, na Suíça, aonde ele encontra personagens históricas como Mary Shelley, Lord Byron e Percy Shelley (ela é a autora de Frankenstein, e a relação do trio foi tema de "Gothic", de Ken Russell).

Além dos 3, ele ainda esbarra em Victor Frankenstein, personagem do livro de Mary Shelley, aqui às voltas com o seu famoso monstro.

Ou seja, Corman toma como verdadeira a existência do cientista e sua obra, o famoso monstro, e daí pra frente a coisa só piora.

O filme tem elenco estelar: Hurt, Raul Julia, Jason Patric, Bridget Fonda e o falecido cantor do INXS, Michael Hutchence em um projeto totalmente equivocado, que beira o trash, não fosse o razoável investimento, com filmagens na Itália, em bons cenários.

A criatura é bizarra, como se vê no poster. Qual o sentido de se costurar pedaços de córnea? E a personagem de Hurt anda pra lá pra cá em um carro ultramodernoso que fala e não causa espanto em ninguém, nem quando diz que veio do futuro, ou mostra seu relógio digital.

Ah sim, assim como nas novelas de Glória Perez se fala português na Índia, Marrocos e Turquia, na Suíça de Corman se fala inglês como língua nativa...

E tem mais: noiva de Frankenstein com 6 dedos, Sr Corman?

FENG SHUI

(FENG SHUI)
Filipinas - 2004
Dir.: Chito S. Roño

Joy percebe que um homem esqueceu um bagua no ônibus (um amuleto oriental, em formato hexagonal com um espelho no meio, e que é vendido em qualquer loja de produtos esotéricos) e tenta devolver para o dono, sem sucesso. Quando para no mercadinho perto de casa para comprar alguma coisa, a dona lhe diz para colocar em casa, pois lhe daria sorte.

Dito e feito, ela e o marido, com quem tem 2 filhos, começam a ter sucesso no emprego, em sorteios, recebendo heranças, etc.

Ao mesmo tempo, Joy identifica o homem que perdeu o troço em uma foto no jornal, morto, e logo depois é a vez da dona do mercadinho, depois um segurança que a ajudou. Além disso, os filhos começam a afirmar ver alguém dentro de casa.

Obviamente, Joy vai desconfiar que o tal amuleto é maldito e tentar descobrir uma maneira de acabar com a maldição.

Objetos amaldiçoados são tema recorrente no cinema de terror, e esse aqui não tem nenhuma novidade, embora até seja interessante, principalmente quando apresenta a origem do objeto e relaciona as mortes ao signo do morto no horóscopo chinês: um dos mortos nasceu no ano do coelho, e morre correndo; a mulher que nasceu no ano do rato morre de leptospirose.

O VISITANTE DO MUSEU

(POSETITEL MUZEYA)
Rússia - 1989
Dir.: Konstantin Lopushanskiy

Ficção russa, passada em um tempo pós apocalíptico aonde o mar subiu, causando o alagamento de algumas áreas da Terra.

Viajante (nenhuma das personagens tem nome) viaja para uma dessas regiões alagadas para visitar um museu, isolado pelo mar, e que só é acessível quando a maré baixa, sendo empreendida uma viagem de 3 dias de ida e 3 de volta, sob o risco de ser tragado pela subida da maré.

No caminho, personagens desolados e desesperançados, além de mutantes - seres humanos deformados e deficientes mentais, que vivem à espera de um Messias, cultuando uma

religião e entoando uma estranha oração aonde pedem "deixe-nos sair" à exaustão.

Sci-fi de tom filosófico bem aos moldes russos, com questionamentos religiosos e aquelas paisagens típicas desses filmes - as cenas no lixão são impressionantes e lembram muito "Stalker", de Tarkovsky.

Filme lento, longo, de difícil compreensão, embora fique claro o significado da oração - e o discurso final do protagonista deixa isso bem claro.

O diretor é o mesmo de "Gadkie Lebedi" e "Pisma Myortvogo Cheloveka", com direito a muita fotografia avermelhada, repetindo esses dois filmes.