domingo, 29 de agosto de 2010

2019 - O ANO DA EXTINÇÃO

(DAYBREAKERS)
EUA / Austrália - 2009
Dir.: The Spierig Brothers


Em 2009 um vírus se espalhou entre a população transformando quase todos em vampiros. O jeito foi se adaptar: carros ganharam câmeras para que os dentuços possam dirigir de dia; túneis foram construídos para a locomoção diurna; e principalmente, os humanos restantes passaram a ser capturados e tratados como gado, para fornecer sangue à raça dominante.
Esse é o problema: com a diminuição da população humana, começa a faltar sangue para alimentar a vampirada. A falta do alimento vital transforma os vampiros em uma subspécie capaz de atacar qualquer um, até seus semelhantes, causando pânico entre a população.
Apesar das pesquisas, ainda não foi encontrado um substituto para o sangue como na telessérie "True Blood", e a convivência entre humanos e vampiros é obviamente péssima, até que surge uma esperança de cura para o mal.
O badalado filme dos irmãos que se intitulam The Spirieg Brothers passou meio desapercebido por aqui. É uma produção legal, com bons efeitos e atores e tom que começa apocalíptico mas dá uma esperança lá pelo meio.
O elenco é estrelado: Ethan Hawke, Sam Neil e Willem Dafoe, o que garante um bom passatempo, mas os vampiros safados e sexistas de Bon Temps tem mais charme.

O ESCONDIDO

(THE HIDDEN)
EUA - 1987
Dir.: Jack Sholder


O filme começa com uma violenta caçada a um homem que acabou de roubar um banco, fuzilou meia dúzia de pessoas, e não parece disposto a se render.
Mesmo muito ferido ele sobrevive e é levado a um hospital aonde revela seu segredo: ele esconde em si um alienígena que muda de corpo a medida que este fica em más condições. Fanático por heavy metal e Ferraris, ele segue sua trilha de roubo e violência sendo caçado pela polícia e um agente do FBI (Kyle MacLachlan), que sabe seu segredo.
Mistura legal de filme policial, perseguição e ficção que foi meio esquecido pelo tempo.
Quem mostra a cara e o corpão por aqui é a sumida Claudia Christian (da série "Babylon 5"), infelizmente em rápida participação.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

VISÕES

(THE BEACON)
EUA - 2009
Dir.: Michael Stokes


Casal perde o filho e se muda para um novo apartamento (o Beacon, do título) e a mulher, potencial suicida e ainda abalada, começa a ver uma criança pelo prédio.
A coisa segue assim, sem que ninguém acredite nela, lógico, à exceção do assistente do marido, estudioso dos mistérios do além, que graças a um livro que deve ser a Barsa do esoterismo descobre tudo sobre fantasmas, e até sobre o passado do prédio!
O que era tédio, viva bobagem total quando se descobre que fantasmas vão a supermercados e fazem filmes eróticos. Descamba quando os fantasmas se mostram como quase zumbis. Tem uma cena ridícula aonde o fantasma-zumbi arranca as tripas de um mané e esse pergunta: "Você pode devolver isso?". Dá vontade de perguntar ao diretor: "Dá pra devolver meu tempo perdido vendo isso?"
Ah sim, o eterno vilão Michael Ironside, coitado, dá as caras por aqui num papel de... vilão, claro.

O BURACO NEGRO

(THE BLACK HOLE)
EUA - 1979
Dir.: Gary Nelson


Esquecida e malfadada incursão da Disney na seara dos filmes de aventura espacial. Nave espacial encontra outra, dada como desaparecida 20 anos antes, orbitando um buraco negro. A nave é comandada pelo Dr. Reinhardt (Maximilian Schell) e uma tripulação de robôs, que explica a seus visitantes que o restante da tripulação abandonou a nave, e que ele desconhece que destino tiveram, visto não terem chegado a Terra.
Logo os visitantes descobrem que o cientista tem um parafuso a menos e pretende atravessar o buraco negro para comprovar a teoria de que este levaria a outros universos.
Após tentarem fugir, vão descobrir o destino da tripulação da nave.
A produção é até razoável e os produtores devem ter ficado orgulhosos das maquetes, já que as câmeras fazem looooongos passeios por elas.
Lá pelas tantas a coisa degringola em sequências de ação risíveis e personagens sobrevivendo ao vácuo.
Pior de tudo é o insuportável robô Vicent, com olhos que parecem com os dos carrinhos do filme "Carros", que é tratado como humano (em uma cena outro robô igual treme de frio...) e fica o filme todo soltando pérolas da filosofia de botequim.
História e roteiro foram escritos a 10 mãos, o que deve ser um recorde e obviamente não podia dar em boa coisa. O elenco é estelar: Schell, Antony Perkins, Yvette Mimieux, Robert Foster, Ernest Borgnine e Roddy McDowall como a voz do robô mala (que ainda ganha um companheiro de olhos tristes, vê se pode...)
Dois anos antes o público foi apresentado a "Stars Wars" e no mesmo ano a "Star Trek", e obviamente a comparação foi fatal para isso aqui, que obviamente disputava mercado com os primos mais famosos.
Só vale mesmo pela curiosidade.

domingo, 22 de agosto de 2010

O CICLO DO PAVOR

(OPERAZIONE PAURA) 
Itália - 1966
Dir.: Mario Bava


Médico viaja a um vilarejo perdido no meio do nada para autopsiar um corpo, e mesmo contra a vontade dos moradores resolve levar a autópsia adiante. Ele descobre que o mesmo carrega uma moeda junto do coração, posta ali afim de garantir que o morto tenha paz e então se vê em meio a uma atmosfera de medo, causada pelo suposto fantasma de uma menina morta, que levaria os habitantes do local ao suicídio.
Filme italiano que se parece com os da Hammer: século XIX, aldeões assustados e fantasmas do passado que habitam um casarão decadente.
Boa direção de Bava, bons cenários e boa atmosfera de tensão e medo, numa trama meio manjada de maldição ancestral.

DELINQUENTES

(THE GREAT ECSTASY OF ROBERT CARMICHAEL)
Inglaterra - 2006
Dir.: Thomas Clay


O filme se passa no início da invasão do Iraque pelos EUA e a Inglaterra.
Enquanto os soldados matam e morrem no país de Saddam, grupo de jovens vive suas vidas sem grandes preocupações: empurram a escola com a barriga, consomem drogas e criam confusão em New Heaven, cidade costeira da Inglaterra.
O Robert do título em inglês é um deles, o mais introvertido do grupo. Vive com a mãe solteira e toca violoncelo na banda da escola, sendo considerado um músico promissor.
O ídolo do grupo é Larry Haydn (Danny Dyer, em rápida participação) que sai da cadeia, protagoniza uma sequência que mostra bem o pouco caso do grupo com a vida alheia - ele se envolve com uma garota, transa, a disponibiliza para os amigos, e depois volta para a prisão.
O extase do personagem principal é a absurda cena de violência sexual do fim.
Não é o objetivo do filme, mas é inevitável compará-lo a "Laranja Mecânica" quando mostra o desprezo pela vida alheia, embora no filme de Kubrick o grupo de deliquentes fosse realmente sádico. Aqui o caso parece mais de apatia e indiferença, que acaba descambando para violência descontrolada, sem que seus personagens tenham consciência disso, até se verem no beco sem saída no final.
A direção é boa: se vale de longas sequências em planos sem cortes, o que mostra o bom trabalho com os atores; e sempre mantém distância dos personagens, qual um teatro filmado, como se o espectador estive assistindo uma realidade que não é a dele (mas nem tanto, como se vê todos os dias no noticiário).

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

STACY

(STACY)
Japão - 2001
Dir.: Naoyuki Tomomatsu



Ah, os japoneses...
Estranha epidemia afeta as adolescentes entre os 15 e 17 anos: elas morrem e se tornam zumbis, sendo que antes da morte elas sentem uma sensação de extrema felicidade.
Enquanto todo tipo de gore é apresentado, assistimos a: uma propaganda que faz referências à "Tropas Estelares", com a população sendo convocada a integrar uma certa "Unidade Especial Romero", de combate as adolescentes zumbis; uma adolescente em plena felicidade buscando alguém para "re-matá-la"; um esquadrão ilegal intitulado "Drew" (em referência a Drew Barrymore) que se dedica a exterminar as adolescentes mortas-vivas, sem o alarido que a Unidade Romero causa.
É referencial, como no caso da Unidade Romero e uma propaganda de serra elétrica "Campbell", em referência a Bruce Campbell que dispensa apresentações.
O filme ainda faz algumas críticas a sociedade de um modo geral, como no caso da mulher que se alista para poder matar outras mais novas; além do militarismo e da oportunidade da oportunidade de transformar o comércio de armas em algo banal.
Uma doidera total.

sábado, 14 de agosto de 2010

MESTRES DA FICÇÃO CIENTÍFICA

(MASTERS OF SCIENCE FICTION)
EUA - 2007 (TV)
Dir.: Mark Rydell / Michael Petroni / Michael Tolkin / Jonathan Frakes / Darnell Martin / Harold Becker


Série nos moldes de "Mestres do Terror", aqui com textos baseados em escritores de ficção científica e apresentação de Stephen Hawking, mas com resultados bem fracos.


A Clean Scape
Psiquiatra tenta fazer com que paciente recupere a memória e se lembre de uma importante e decisiva decisão deste para o destino da humanidade.
Episódio fraco, aonde a ficção cientifica passa longe.
Com Sam Waterston e Judy Davis.

The Awakening
Estranha forma de vida é encontrada presa dentro de uma espécie de casulo impenetrável no deserto do Iraque.
O estranho ser tem a capacidade de deixar todos que o encaram abobados e aparentemente incomunicáveis, até que em determinado momento baixa o Chico Xavier e eles começam a psicografar uma mensagem que mistura temas de diversas religiões e ameaças.
Começa então uma invasão da Terra pelos tais casulos, enquanto líderes de todas as nações tem que tomar uma decisão: abrir mão de suas armas ou atacar o desconhecido inimigo.
História interessante, feita com poucos recursos, e um tanto mal desenvolvida. Vale pela intenção.
Terry O’Quinn, o John Locke de Lost, interpreta um certo Major Skynner, um estudioso de Et’s convocado para tentar decifrar o enigma vindo dos céus.
Ah sim, a música do filme é chatíssima.

Jerry Was a Man
Num futuro distante o ser humano é capaz de chegar aos 100 anos com aparência de 40, e possui formas de vida criadas geneticamente (replicantes?) para lhe servir em diversas atividades.
Além disso, possui cachorros de 6 pernas e elefantes em miniatura para demonstrar status.
A coisa se complica quando uma milionária (Anne Heche) decide comprar um humanóide de um cientista (Malcolm MacDowell) para livrá-lo de virar comida de cachorro, destino dos humanóides considerados aposentados. Segue então uma batalha jurídica tentando provar que o tal replicante é um ser humano.
O tom exagerado do negócio consegue tornar mais fraca uma historinha que poderia até ser mais interessante.

The Discarded
Num futuro distante, a humanidade foi assolada por uma doença causadora de horríveis deformidades físicas. Os sobreviventes contaminados foram então isolados em uma nave espacial em precárias condições, aonde vivem enquanto tentam aportar em alguma das colônias mantidas pela Terra no espaço, até o dia em que uma espaçonave chega com uma novidade: a doença voltou a se espalhar e a cura pode estar no sangue dos rejeitados, por terem sido os primeiros contaminados.
A historinha é até curiosa, mas a maquiagem tenta ser alguma coisa como a do ótimo “Raça das Trevas”, mas fica mais próximo do trash “Basket Case 2”. Com Brian Denehy e Willian Hurt. O episódio foi dirigido por Jonathan Frakes, que os fãs de "Star Trek" conhecem, tendo dirigido filmes da série.

Little Brother
Num futuro distante, homem escapa de uma prisão subterrânea; é acusado de matar dois policiais e agora tem que enfrentar uma justiça automática, aonde o juiz é um amálgama das personalidades de 10.000 juízes e o júri é formado pela consciência de pessoas mortas, mantidas em um banco de dados.
Parece um “Minority Report” com poucos recursos, e é tão ruim quanto.

Watchbird
Inventor cria uma arma de guerra perfeita, na forma de uma águia, capaz de caçar os inimigos e até mesmo antever seus passos, adivinhando suas intenções e atuando como júri, juiz e executor, O governo então resolve usar a coisa como uma arma caseira, no combate ao crime. Num primeiro momento o troço funciona, prevenindo atos criminosos, mas depois, frente a pressão do governo e da morte da noiva de forma violenta, o professor pardal resolve tornar o invento mais incisivo, e o negócio passa a atacar desde clínicas de aborto até caçadores.
Sem comentários...
Ah sim, James Cromwell, coitado, e Sean Astin garantem o leite das crianças nessa coisa.

sábado, 7 de agosto de 2010

AS MÁSCARAS DA MORTE

(I TRE VOLTI DELLA PAURA)
Itália / França / EUA - 1963
Dir.: Mario Bava / Salvatore Billitteri


Terror em episódios co-dirigido pelo mestre Mario Bava, também conhecido como Black Sabbath. As histórias são baseadas em Tchecov, Tolstoi e Maupassant.
No primeiro, "O Telefone", mulher recebe ameaças pelo aparelho. Ela então chama uma ex-amiga (na verdade ex-namorada) para passar a noite com ela. O episódio tem elementos clássicos do giallo, como luvas negras e faca. Tem também alta carga de homoerotismo, que a censura americana tratou de podar.
No segundo, "O Wurdulak", forasteiro chega a uma fazenda aonde uma família aguarda em tensa expectativa a volta do pai, interpretado por Boris Karloff, que também apresenta o filme. Ele saíra a cata de um ladrão que anda atacando a vizinhança, e seus parentes temem que tenha se tornado a criatura do título, uma espécie de vampiro que se alimenta do sangue daqueles que o amam. É o melhor episódio.
No último, "A Gota d'água", uma vidente morre em transe e a mulher que vai arrumar o corpo se aproveita e rouba o anel da falecida. O que ela não imaginava é que a morta era bem apegada aos bens materiais, e agora a ladra vai viver uma noite de terror assombrada por uma sinfonia de sons como vento, barulho de água, etc...
Todos os filmes tem como figura central belas mulheres.