sábado, 27 de abril de 2019

ESHTEBAK

(ESHTEBAK)
Egito / França - 2016
Dir.: Mohamed Diab


Dois anos depois da revolução que derrubou o presidente egípcio, o país volta a entrar em convulsão com conflitos entre os defensores do exército e aqueles que defendiam a Irmandade Muçulmana.
Num desses protestos, o exército prende um grupo de manifestantes em um caminhão, semelhante a um caveirão, e logo até mesmo simpatizantes do exército são presos.
O grupo é eclético: pai e filha religiosos, família com filho adolescente, dois amigos que nem parecem saber o que faziam ali, um morador de rua, um sujeito meio pancada, e por aí vai. Em dado momento até um soldado é preso no caminhão.
Entre eles se instala uma divisão óbvia, pois não todos estão do mesmo lado.
Mas o grande risco está do lado de fora: um lado vê todos ali dentro como inimigos do exército, logo sujeitos a pedradas e todo tipo de ataque.
Lembra muito o ótimo israelense "Lebanon", aonde soldados se aventuravam em um blindado pelas ruas de Beirute.
Não tem toda a violência daquele, mas é claustrofóbico, tenso, e o terror aqui vem da completa falta de empatia da massa enfurecida por pessoas presas em um caminhão, quente, sem possibilidade de fuga, e que se encontram ali apenas porque estão protestando, aparentemente, pacificamente.
O uso do laser de facho verde pelos manifestantes é repetido aqui, o que dá um toque de irrealidade aos acontecimentos. Como toda a ação é vista de dentro do caminhão, dos manifestantes só se vêem as silhuetas, o que dá um toque de sci-fi como se fosse uma viagem por um território ET, ou uma invasão alienígena.

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