domingo, 8 de dezembro de 2019

HISO HISO BOSHI

(HISO HISO BOSHI)
Japão - 2015
Dir.: Sion Sono


Yoko Suzuki, robô de forma feminina viaja pelo espaço, em uma nave em forma de casa, fazendo entregas para os poucos humanos que restaram e que vivem espalhados, praticamente solitários em seus mundos.
A viagem é longa, algumas entregas podem demorar 2, 3 anos, e a coitada já está há 14 anos viajando e a expectativa é de mais 11.
Para passar o tempo, ela registra suas impressões, para que uma sucessora talvez saiba como é sua rotina.
É difícil descrever isso aqui, assim como é difícil descrever a maioria dos filmes de Sono.
Aqui ele fala basicamente sobre a solidão e como os seres humanos, recentemente, parecem buscar a solidão e o isolamento, ao contrário de épocas remotas, em que as cidades cresceram justamente por essa necessidade de troca entre os humanos, facilitada pela distância mais curta das cidades, ao contrário do campo.
Por outro lado, também dá pra se observar críticas a mecanização da sociedade e a já famosa "uberização", aonde tudo está ao alcance de um pedido através de um aplicativo e resta a pobres coitados mal remunerados a entrega desses bens valiosos para quem recebe, enquanto ao entregador resta uma migalha - aqui a robô recebe suas migalhas na forma de pilhas que lhe alimentam em sua interminável viagem.
A sequência final é incrivelmente impressionante, e parece mostrar um museu surreal de situações de quando os humanos existiam como grupo social.
É pra ver e sentir, não pra entender.

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